segunda-feira, 16 de julho de 2012

Devil’s Drink 19 – Preciso de ajuda


Devil’s Drink 19 – Preciso de ajuda



            En’hain não estava muito bem, seus sentimentos estavam confusos... Eram aquilo sentimentos de verdade? Essa era a pergunta que ele estava se fazendo naqueles dias tumultuados de sua cabeça. O bar precisava de alguém mais responsável, talvez? Ou seria uma das partes que constituíam o plano etéreo ou material que se digladiavam dentro dele, o dragão da terra e o dragão do céu. Sua personalidade estava sendo consumida a cada vez que ele precisava assumir o corpo metálico – com certeza a batalha travada dentro dele deixava marcas profundas e violentas em seu frágil ser.

            Ele tentava ater-se aos sentimentos que o seu coração lhe dizia, o carinho que tinha por Akai, a amizade com Gurei, Sasha e Lady Neko e a sensação estranha quando se encontrava com o Senhor Gunshin, o dono do bar. Mesmo assim, dia após dia, algum problema lhe virava a cabeça e tirava-o do sério, estressando En’hain tremendamente. Enfim, sua consciência acabou apagando. Os outros mal teriam percebido isso, não fosse a garrafa de Devil’s Drink que se espatifou no chão. O barman cambaleou, tentou se segurar nas prateleiras cheias de garrafas e foi ao chão, derrubando tudo em que se segurara. Naquela noite o bar não iria abrir...

            Lady Neko foi até o templo dos gatos chamar o vovô para que pudesse ajudar En’hain. Enquanto isso, Akai e Gurei ficavam observando o amigo e Sasha limpava a bagunça:

            –Acho que ele vai morrer... – Disse o neko russo com seu típico humor ácido e inconveniente.

            –...! – Akai olhou pra ele com desprezo. – En’hain vai ficar bem, seu babaca!

            –Tem certeza Santiago? – O gato cinza sorria com um ar de cínico.

            –Certeza absoluta, Alexander! – O pequeno neko falava com firmeza.

            –Depois dele tanto ter cuidado de nós e da vila, nós nem notamos que ele estava ficando doente... – Agora seu tom era mais amigável.

            –... – Gurei conseguiu fazer Akai ficar calado e desviar o olhar.

            Indignado consigo mesmo, o gatinho avermelhado saiu do quarto e foi se meter no meio da floresta do silêncio. Gurei assistiu aquilo com muita curiosidade:

            –O que será que o seu amiguinho foi aprontar, En’hain?

            O barman não podia responder com clareza, mas balbuciava algo:

            –Akai... Akai... Akai... – No canto dos olhos, pequenas lágrimas escorriam.

...

            Não dava para saber se En’hain ficaria bem ou se Akai voltaria para o bar. A partir de agora, o destino da Toca dos Gatos se tornou incerto...

...

            “Onde estão, onde se escondem os verdadeiros sentimentos? A noção de realidade foi completamente perdida!” – Alguém chorava no velório.

Nenhum comentário:

Postar um comentário