terça-feira, 21 de agosto de 2012

Devil's Drink 24 - Juno

Mais uma semana e novos clientes na casa! \o/ Sejam muito BEM VINDOS: Meta, do Metafosfato e Andréia! \o/ Gostariam de pedir alguma história para que lhes seja servida? Topo qualquer coisa! ^^ O cliente sempre tem razão! :D Só queria saber de onde apareceu aquela gata... ¬ ¬'

Devil’s Drink 24 – Juno



Por volta do meio dia, Liori, o prefeito da Vila dos Gatos, voltou de mais uma missão para procurar nekos perdidos pelo mundo e resgatá-los de seus donos humanos. Desta vez ele não foi muito longe e logo voltou para a vila, acompanhado de um intruso:
            – Quem é esse, querido? – perguntou a esposa, Lady Neko, depois de recebê-lo após três dias de sua partida.
            – Esse quem? – Liori olhou ao redor e encontrou um pequeno gatinho que o estava seguindo. – Deixe me ver...
            – E então?
            – Não é neko... E não é gato... É gata... – Lady neko deu-lhe um belo tapa.
– Como assim ‘É gata’? Seu tarado! – a esposa se sentiu envergonhada por causa do marido. – Gatinha... Psiu... Vem aqui amore!
– Você acha que ela vai te ouvir, amorzinho?
– Fica quieto gato mirrado! – Lady Neko estava com muita raiva do marido.
– Tá bom amor...
– Pelos nekomatas! Ahn? Ué? Cadê a gatinha?
– Ela estava aqui há um minuto... Venha, vamos entrar amor. Deixa-a pra lá, ela vai aparecer assim que tiver vontade... – Lady Neko lançou um olhar mortal em Liori. – Eu juro, benzinho!
– ...! – os dois entraram no bar.
...

            En’hain estava em seu quarto, olhando a paisagem pela janela, pensando na vida, suspirando por algo que nem ao menos sabia o que era. Estava só, pois sentia uma grande solidão lhe afligindo. Lidi’en, seu ‘irmão’, como prefere chamar a sua persona interior de cabelo dourado, bateu na porta e entrou:
            – Vai ficar aí o dia inteiro? Tem muita coisa pra fazer lá embaixo. – En’hain o encarava com olhar vago, via ali um homem cheio de farinha por todo o corpo, principalmente no cabelo.
            – Foi o Nox’en? – o draconiano falava do outro ‘irmão’, de cabelo da cor do bronze.
            – Ahn? Ah! Foi sim, ele se assustou com alguma coisa enquanto segurava uma tigela com farinha e ela foi parar na minha cabeça... – En’hain sorriu.
            – Já estou descendo, só vou por o uniforme e o avental. – seu tom era suave e brando, lembrando alguma languidez.
            – Que bom! Finalmente você está melhorando. – Lidi’en sorriu de volta. – Se não descer daqui a pouco vou voltar para ver se está tudo, ok? – ele queria ter certeza que ele desceria e levantou o polegar da mão direita pra confirmar se estava tudo bem.
            – ... – En’hain não reparou, estava olhando o armário, procurando vagarosamente pela roupa para se trocar.
...

            Nox’en estava na cozinha, com raiva por estar limpando a sujeira e não ter sido culpa dele. Quando Lidi’en chegou, depois de falar com Gurei e Lady Neko que estava organizando o bar, o irmão de cabelo laranja reclamou:
            – Porque eu tenho que limpar tudo isso aqui?! Que merda! Isso não é justo!
            – ... – Lidi’en respirou fundo e não comentou a cena ridícula que o irmão fazia ao balançar a vassoura na direção dele. – En’hain vai descer, termine logo... Por favor. Eu vou continuar a preparar as massas dos aperitivos...
            – Quê?! O moribundo deu sinal de vida?! Agora eu me animei! – meio sem noção, Nox’en se esqueceu porque estava com raiva.
            – Esse Nox... – Lidi’en sorriu pelo canto da boca, sem saber o que dizer.
...

            Com o bar aberto, diversos seres sobrenaturais e vindos de outros planetas se acomodavam na Toca dos Gatos, lotando o lugar. O barman Nox’en com o seu show de garrafas rodopiando no ar e o cheiro dos quitutes feitos por Lidi’en deixavam a atmosfera do lugar bem receptiva e animada. Os garçons, Gurei e Lady Neko, recebiam os pedidos como podiam – Gurei, com seu temperamento nada amigável, estava muito irritado com tanta gente e Lady Neko recebia as mais diversas cantadas, cuidando vez ou outra com seu jeito delicadíssimo de espancar os outros quando lhe passavam alguma mão boba. Sasha estava dormindo no quarto, havia tomado algumas bebidas e Gurei o colocou de castigo.
Numa mesa de canto, um grupo de monstros jogava cartas apostando pedras preciosas. Um deles, todo peludo e marrom, alto, forte, de apenas um olho na cabeça e uma enorme boca no meio da barriga, perdeu as pedras de ouro que havia apostado e decidiu pedir o drinque mais pedido da casa: o ‘Devil’s Drink’, a bebida alucinógena que faz você sair da realidade e presenciar algum acontecimento aleatório. Ele foi ao balcão e pediu a dose que queria. Nox’en prontamente pegou a garrafa, rodopiou ela na mão, no ar, nas costas, virou o copo pra cima e pra baixo, e entornou a garrafa nela... Que estava vazia:
            – Ôouh! – Nox’en não sabia preparar a Devil’s Drink e procurou pelo irmão tocando o sininho. – Lidi’en! A coisa aqui acabou!
            – O quê?! – o barulho do bar não deixava Lidi’en entender o que o irmão dizia.
            Vendo que não seria entendido, Nox’en pulou para dentro da cozinha pela abertura que a liga ao bar:
            – A bagaça acabou aqui... – ele mostrava a garrafa virada, sem nenhuma gota.
            – Você vai ter que pedir ao En’hain... Só ele e o Gunshin sabem como preparar mais Devil’s Drinks.
            – Aquele palhaço, ficou o tempo todo lá em cima! – Nox’en, com seu jeito infantil, cruzou os braços e foi subindo as escadas com a cara nada contente. Bateu na porta e esperou que En’hain falasse com ele. – Oh seu merda! Tô precisando de você lá embaixo, a coisa da garrafa acabou! – não ouve resposta. – Eu vou entrar e te tirar daí!
            Ele entrou, o quarto estava vazio. Na cama, uma gatinha branca com manchas castanhas e douradas encarava o barman. Primeiro, estática pelo susto, depois se alinhou e começou a abanar o rabo, olhando para ele com seus olhinhos felinos. Nox’en achou estranho, nunca tinha visto aquela gata antes no bar. Lembrou-se então da coisa que o havia feito derrubar a farinha no irmão e começou a perseguir a gatinha, que logo pulou porta afora. Ele a seguiu pelo corredor e desceu pela escada.
            De volta ao bar, o barman viu En’hain preparando as Devil’s Drinks e servido-as aos montes. A gata que havia perseguido estava em cima do balcão, olhando para os clientes e sendo acariciada por eles:
            – Quem é essa... apetitosa? – perguntou aquele cliente peludo enquanto a grande boca na barriga salivava.
            – Heheh. – En’hain sorriu como não fazia há um bom tempo. – Está é Juno, e posso te garantir que ela não é nada saborosa. Pode até deixar um gosto bem ruim na sua boca Mapin!
            – Oh! Você realmente está de volta com tudo En’hain! E essa D’D está melhor do que nunca! – ele fechou o olho. – Possa até ver a refeição que vou fazer amanhã na floresta amazônica! Hoho... Adoro fígado!
            – Mapin! Não faça isso com os caçadores... Quero dizer, só faça se eles... Ah, deixa pra lá! Você sabe o que fazer com a cabeça deles!
            – Você devia passar mal mais vezes! Seu humor melhorou muito! – terminou a criatura peluda que tomou mais uma dose da Devil’s Drink.
            – Esse cara é doído! – concluiu Nox’en que pulou pra dentro do balcão, servindo outras bebidas.
            Gurei também reparou na mudança repentina do amigo, e ficou muito desconfiado, olhando para ele a noite toda...
...

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