AS HISTÓRIAS PREFERIDAS DAS CRIANÇAS JAPONESAS – Editora JBC
Compilado por
Florence Sakade
Ilustrado por
Yoshisuke Kurosaki
Um livro
simples feito com muito cuidado e dedicação, este é o livro publicado pela
Editora JBC (Japan Brazil Comunication) que traz algumas das mais belas
histórias contadas às crianças no país do sol nascente. São dois volumes e tenho
somente o livro 1, mas é o suficiente para que eu, amante da cultura japonesa,
reconheça o valor agregado a estas histórias infantis. Elas são mágicas,
simples e que podem ser contadas a qualquer criança, especialmente na hora de
dormir. Se você é como eu, que valoriza outras culturas e que gostaria de poder
contá-las as crianças, não deixe de ter estes livros também! Para que
compreenda qual o conteúdo, reproduzo a seguir uma delas, Momotaro, o Menino do
Pêssego. Boa leitura.
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Os textos reproduzidos integralmente a seguir têm como único
intuito a divulgação dos livros, e se possível, a sua compra. As únicas
alterações foram feitas em virtude do novo acordo ortográfico. Em caso de
requerimento sobre os direitos, favor enviar um e-mail ao contato. Grato.
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Palavra do Editor, Livro 1:
O livro As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas
é um clássico da literatura infantil no Japão e nos Estados Unidos.
Originalmente, as histórias reunidas nesta edição eram publicadas na revista de
quadrinhos japoneses Silver Bells. Apesar dela ter deixado de existir no Japão,
estas lendas japonesas se perpetuaram através de sucessivas publicações deste
livro no mercado norte-americano. Lançado em 1953, ele está há mais de 50 anos
entre os títulos infantis mais vendidos.
A edição
que o leitor brasileiro tem em mãos é única no mundo: pela primeira vez este
livro está sendo publicado em duas línguas. Em nenhum outro país, até hoje, ele
trouxe também uma versão em japonês. Como a revista japonesa que deu origem à
publicação deixou de existir, perderam-se os originais. Desde então,
curiosamente, estas histórias japonesas foram repassadas para vários outros
países através do inglês.
A ideia de
publicar o livro em duas línguas nasceu junto com a idealização do projeto,
realizado pelo banco Sudameris e pela Editora JBC. Os dois parceiros tinham
como objetivo criar uma publicação que pudesse mostrar para as crianças brasileiras,
de forma lúdica, toda a cultura do povo japonês. Além da escrita em kanji,
optou-se por incluir ainda o texto em kana, para que crianças ou quem esteja
estudando japonês possa ler também. A revisão do texto em japonês ficou a cargo
da equipe da Aliança Cultural Brasil-Japão.
Outro
destaque desta publicação são as ilustrações criadas especialmente para
celebrar o 50º aniversário deste best seller infantil nos Estados Unidos.
Preparadas pelo renomado artista japonês Yoshisuke Kurosaki, elas foram
adaptadas aos novos tempos, recebendo novas cores sem perder o traço
tradicional. Ao ler o livro, não é difícil imaginar por quê esta obra faz
sucesso em vários países há tanto tempo. Nestas histórias mágicas do Japão, o
bem é recompensado e o mal punido, estátuas ganham vida para retribuir um gesto
de bondade, e, com um pouco de autoconfiança, até mesmo um garoto de apenas uma
polegada de altura pode se tornar um grande herói.
Júlio moreno
Direto Geral – Editora JBC
Apoio cultural:
Mais do que apoiar a iniciativa, o Sudameris acredita que
através dos contos e lendas, os valores e a cultura de uma sociedade são
traduzidos, resgatados e preservados, passando de geração a geração.
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Índice – Livro 1
Momotaro – pág. 7
A Chaleira Mágica – pág. 14
Dança dos Macacos e Dança dos Pardais – pág. 21
Os Tengus Narigudos – pág. 25
O Coelho da Lua – pág. 30
O Pardal de Língua Cortada – pág. 33
Saburo, o Tolo – pág. 39
Os Guerreiros dos Palitos de Dente – pág. 43
O Pinheiro Puxa-Puxa – pág. 48
A Aranha Tecelã – pág. 52
Issunboshi – pág. 58
O Texugo e o Leque Mágico – pág. 64
Senhor Palha da Sorte – pág. 69
Por que a Água Viva não tem Ossos – pág. 73
O Velho Que Faz Florir as Cerejeiras – pág. 77
O Caranguejo e o Macaco – pág. 83
O Ogro e o Galo – pág. 86
O Coelho que Cruzou o Mar – pág. 91
As Estátuas Agradecidas – pág. 94
O Macaco do Rabo Curto – pág. 100
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Momotaro
Era uma vez
um velho lenhador e sua esposa. Eles moravam numa aldeia e eram muito tristes e
solitários, pois não tinham filhos. Um dia, o velhinho subiu as montanhas para
cortar lenha, enquanto sua esposa foi até o rio lavar as roupas sujas.
Quando
estava começando seu trabalho, a velhinha ficou surpresa ao ver um grande
pêssego flutuando rio abaixo. Era o maior pêssego que ela tinha visto em toda a
sua vida.
A velhinha
tirou a fruta do rio e levou-a para casa, a fim de dividi-la com o marido no
jantar. No fim da tarde, logo que o velho voltou para casa, a esposa lhe disse:
— Olha que
pêssego maravilhoso encontrei para nosso jantar!
O homem
concordou que era realmente um pêssego muito bonito e, como estava com fome,
sugeriu:
— Vamos
cortá-lo e comê-lo imediatamente.
A velha
buscou uma grande faca na cozinha e se preparou para cortar o pêssego ao meio.
Mas, nesse exato momento, ouviu-se uma voz humana que vinha de dentro da fruta:
— Espere!
Não me corte!
De repente,
o pêssego se partiu, e um lindo menino saltou dali de dentro.
O velho e
sua esposa ficaram assustados. Mas o menino os tranquilizou:
— Não
tenham medo. Fui enviado por Deus. Ele viu o quanto vocês estavam solitários,
sem nenhuma criança, e por isso enviou-me para ser o filho de vocês.
O casal
ficou muito feliz e adotou a criança, que recebeu o nome Momotaro, que
significa Menino do Pêssego, pois ele havia saído de dentro da fruta. O casal
amou Momotaro de imediato e passou a criá-lo para que se tornasse um bom
garoto.
Quando
Momotaro completou 15 anos, ele disse aos pais:
— Vocês
sempre foram bondosos comigo. Agora que estou crescido, preciso fazer algo para
ajudar seu povo. No mar, bem longe daqui, existe um lugar chamado Ilha dos
Ogros. Muitos ogros* perversos vivem
lá. Eles costumam vir até aqui para fazer coisas ruins, como roubar os tesouros
das pessoas ou até mesmo raptá-las. Por isso, quero ir até a ilha enfrentá-los
e trazer de volta tudo o que eles roubaram. Por favor, me deixem fazer isso!
Os pais de
Momotaro ficaram surpresos ao ouvir sua decisão, mas também muito orgulhosos
pelo fato de ele querer ajudar as outras pessoas.
Assim, eles
auxiliaram o rapaz a se preparar para sua longa jornada até a Ilha dos Ogros. O
velho lhe deu uma espada e uma armadura, e a velha senhora preparou-lhe um bom
lanche de bolinhos de milho, conhecidos como kibidango. Momotaro, então,
começou sua jornada, prometendo aos seus pais que em breve voltaria para casa.
Depois de se despedir, seguiu seu longo caminho em direção ao mar.
Após ter
avançado uma boa distância, encontrou um cachorro marrom. O animal rosnou para
ele e estava prestes a mordê-lo quando o garoto lhe deu um de seus bolinhos.
Ele contou ao cachorro que viajava até a Ilha dos Ogros, para lutar contra
eles. Assim que entendeu a missão de Momotaro, o cão lhe disse que o
acompanharia e o ajudaria no que fosse preciso.
O menino e
o cachorro marrom prosseguiram caminhando e logo encontraram um macaco. Na
mesma hora, o cachorro e o macaco começaram a brigar.
Momotaro,
porém, contou ao macaco sobre seu plano de lutar contra os ogros.
Sensibilizado, o macaco perguntou se podia ir também. Momotaro lhe entregou um
bolinho e deixou que ele se juntasse à dupla.
Momotaro, o
cachorro marrom e o macaco prosseguiram sua jornada e logo encontraram um
faisão.
O cachorro,
o macaco e o faisão estavam prestes a começar um briga quando o menino contou
ao faisão sobre a viagem à Ilha dos Ogros. O faisão perguntou se ele também
podia ir com eles. Momotaro lhe deu um bolinho e autorizou sua entrada no
grupo.
Dessa
forma, tendo Momotaro como seu líder, estes três bichos que normalmente vivem
brigando tornaram-se bons e confiáveis amigos. Eles percorreram um longo
caminho até finalmente alcançarem o oceano. Lá, construíram um barco e
navegaram mar afora até a Ilha dos Ogros.
Assim que
avistaram a ilha notaram que os ogros tinham uma fortaleza muito resistente. E havia
muitos, muitos ogros! Alguns eram vermelhos, outros azuis, e outros pretos.
Primeiro o
faisão voou sobre os muros do forte e começou a bicar as cabeças dos ogros. Os
ogros por sua vez, tentaram acertar o faisão com clavas, mas a ave foi muito
rápida e se desviou dos golpes.
Quando os
ogros se distraíram, o macaco deslizou até o forte e abriu o portão. Então,
Momotaro e o cachorro marrom invadiram a fortaleza.
A batalha
foi terrível! O faisão bicava as cabeças dos ogros malvados, o macaco os feria
com suas unhas, o cachorro marrom usava os dentes para mordê-los e Momotaro os
cortava com golpes de espada.
Até que os
ogros foram completamente derrotados. Eles se curvaram perante Momotaro e
prometeram nunca mais fazer maldades. Depois, entregaram ao garoto todos os
tesouros que haviam roubado.
Os tesouros
eram os mais maravilhosos que se podia imaginar, como ouro, prata e corais.
Momotaro e seus três amigos carregaram tudo de volta ao barco. Depois, puseram
o tesouro em uma carroça e viajaram por todo o Japão devolvendo tudo o que os
ogros haviam roubado delas.
Depois de
muito tempo fora de casa, finalmente Momotaro retornou.
A alegria
de seu pai e de sua mãe ao revê-lo era indescritível! Eles se tornaram muito
ricos com o restante do tesouro que o menino trouxe e viveram juntos muito,
muito felizes.
Nota: Ogro* -
Bicho papão dos contos de fadas, monstro que se alimenta de carne humana.
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Realmente amei :) Já tinha ouvido a história do Menino do pêssego , mas essas outras ainda não li ou ouvi . Vou comprar o livro na saraiva mais tarde :D
ResponderExcluirA história do Momotaro aparece no anime Kaichou-wa Maid-sama, só que em vez de um menino, o personagem é uma menina. :D
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