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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

AKAI


AKAI


“Dedicado ao meu anjinho, queria ter sonhado contigo esta noite.”
En’hain

            Eu me lembro, no fundo eu me lembro, me lembro da primeira vez em que te tive nos braços. Você estava tão cansado de tanto brincar depois de ter saído da sua caixinha que adormeceu na cozinha, com um biscoito semi-comido na patinha. Peguei-o nos braços, deveria estar com frio e eu não percebi, você se aconchegou em mim e pela primeira vez eu tive uma certeza na vida: eu tinha que cuidar de você.
            Você era especial pra mim e nunca me incomodou um momento sequer que dormisse na minha cabeça ou nas minhas costas, eu adorava sentir o calor do seu corpo miúdo se aquecendo com o meu e o seu pelo macio e vermelho roçar na minha pele. Aquilo me acalmava e espantava a minha tristeza.
            Você nunca percebeu, eu sei que o bar precisa de doces e que você roubaria quantos pudesse, mas eu sempre os comprava pra você. Eu sabia que se você gostasse ia se bom para o bar e, mais do que isso, eu sabia que você ia sorrir com aquele sorriso bobo tentando esconder que fez algo errado. Eu amava aquele sorriso e me entristece muito saber que você me odeia.
            Eu sou seu mestre por ter aberto a caixa de onde vieste e não me sinto bem em ter que te dar ordens se você as odeia tanto. Assustou-me saber naquele dia que você ia embora se eu te desse uma gota do meu sangue e quebrasse a ligação que há entre nós. Tomado pelo medo de te perder eu resisti, abri meu coração fechado de dragão para que o levasse junto contigo. Só lhe daria o meu sangue na morte, pois não haveria outra forma que não essa para me impedir de desfalecer no momento em que partisse. Desculpe-me por isso, Santiago...
            Todas as noites eu dormia preocupado, tentando entender o que se passara naquele dia. Meu pequeno garoto crescera e não me amava? Acho que foi isso que ocasionou a minha mudança, quando fiquei mais parecido com um dragão, com garras e dentes afiados de metal, cabelo de fios de prata e uma longa cauda que podia se abrir em espinhos. Eu me sentia horrorizado com minha nova aparência, sentia vergonha de mim mesmo. Então você veio, não deu a mínima para meu novo problema e se acomodou nas minhas costas como se nada tivesse acontecido. Obrigado, Santiago.
            Minha vida não vale nada, cometi diversos erros e pus tudo a perder. Era inverno, ventava e nevava forte naquela noite. Eu caminhei sem rumo esperando morrer congelado, deixando tudo e todos pra trás. Eu não esperava encontrar uma floresta mágica ou uma vila cheia de gatos meio humanos como os nekos, eu esperava unicamente pela morte. Também não esperava encontrar você, meu anjinho... Não consegui escrever essa carta sem borrá-la um pouco, desculpe. Eu te amo, Santiago, eu te amo mais do que a mim mesmo, como um pai ama seu filho.
Sinto que algo ruim se aproxima, eu não tenho me sentido bem, uma coisa ruim está me consumindo por dentro, usurpando o meu lugar, tirando-me a vida. Talvez essa coisa já estivesse comigo antes que eu me tornasse um dragão completo com a ajuda do Gunshin e temo por ti, Akai, que isto lhe faça mal como fizera a minha família humana...
Guardo esta música comigo, porque ela me lembra você. Era essa a música que tocava na primeira noite que te tive em meus braços. Eu a levava comigo no celular que sem carregador ficou sem bateria, mas pude usar o resto de energia da melhor forma possível. Você começou a aperta o meu braço com força, devia estar tendo um pesadelo. Procurei por uma forma de te acalmar e desesperado olhei para aquele aparelho eletrônico que já não tinha mais utilidade para mim, me lembrando que uma música poderia ser capaz de fazê-lo. Alguns dias antes, eu a ouvi num vídeo que me enterneceu. No vídeo um pequeno bebê passava um tempo com o personagem principal da história e vários momentos recortados foram colocados ao longo da música. Pensei: “Por que não?” E de fato você, minha criança, se acalmou. Espero que ao escutar essa música, se lembre de mim, pois esta é a sua canção de ninar...
...
Fim da carta.
...

            Em algum lugar frio, no meio do inverno, o jovem neko que usava um gorro para esconder as orelhas felinas parou no meio da rua e viu um vendedor com diversos carregadores de celular numa lojinha com vitrines que dividia espaço com a calçada. Ele mostrou o aparelho inerte e logo o vendedor encontrou um carregador que servia nele, testando-o em seguida para demonstrar que funcionava. Contente com o resultado, o neko pagou ao vendedor e foi para sua nova casa, onde morava sozinho.
            Chegando lá, correu para a tomada e ligou o carregador ao celular. No plano de fundo havia uma foto dele mais jovem nos braços do seu amigo e, procurando, encontrou a tal música que se encontrava na carta. Não havia nome para descrevê-la em nenhum parte da carta, mas ele sabia no momento em que a música começou a tocar que aquela era sua música de ninar. Ele se encostou de costas na parede, não conseguia ter forças para ficar em pé e escorregou até o chão, chorando:
            – Eu queria voltar...

...
Esta é a música:

Toda Vez

Me perceba
Pegue minha mão
Porque nós somos como...
estranhos quando...
o nosso amor é tão forte?
Porque continuar sem mim?
 
Toda vez que eu tento voar
Eu caio sem as minhas asas
Eu me sinto tão pequeno
Acho que preciso de você, baby
E toda vez eu te vejo nos meus sonhos
Eu vejo o seu rosto
Você está me assombrando
Eu acho que preciso de você, baby
 
Eu me faço acreditar
Que você está aqui
É a única maneira
Que eu vejo claramente
O que foi que eu fiz?
Você parece ter superado fácil
 
Toda vez que eu tento voar
Eu caio sem as minhas asas
Eu me sinto tão pequeno
Acho que preciso de você, baby
E toda vez eu te vejo nos meus sonhos
Eu vejo o seu rosto
Você está me assombrando
Eu acho que preciso de você, baby
 
Eu posso ter te feito chorar
Por favor, me perdoe
Minha fraqueza te fez sofrer
E essa música são as minhas desculpas
 
Ohhhh
 
De noite eu rezo
Para que em breve seu rosto
Desapareça
 
Toda vez que eu tento voar
Eu caio sem as minhas asas
Eu me sinto tão pequeno
Acho que preciso de você, baby
E toda vez eu te vejo nos meus sonhos
Eu vejo o seu rosto
Você está me assombrando
Eu acho que preciso de você, baby
 
Ouça a música original: Everytime - Britney Spears
 
 
En'hain fez uma foto parecida com essa abaixo por causa da montagem de vídeo com a música acima.
 
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Devil's Drink 24 - Juno

Mais uma semana e novos clientes na casa! \o/ Sejam muito BEM VINDOS: Meta, do Metafosfato e Andréia! \o/ Gostariam de pedir alguma história para que lhes seja servida? Topo qualquer coisa! ^^ O cliente sempre tem razão! :D Só queria saber de onde apareceu aquela gata... ¬ ¬'

Devil’s Drink 24 – Juno



Por volta do meio dia, Liori, o prefeito da Vila dos Gatos, voltou de mais uma missão para procurar nekos perdidos pelo mundo e resgatá-los de seus donos humanos. Desta vez ele não foi muito longe e logo voltou para a vila, acompanhado de um intruso:
            – Quem é esse, querido? – perguntou a esposa, Lady Neko, depois de recebê-lo após três dias de sua partida.
            – Esse quem? – Liori olhou ao redor e encontrou um pequeno gatinho que o estava seguindo. – Deixe me ver...
            – E então?
            – Não é neko... E não é gato... É gata... – Lady neko deu-lhe um belo tapa.
– Como assim ‘É gata’? Seu tarado! – a esposa se sentiu envergonhada por causa do marido. – Gatinha... Psiu... Vem aqui amore!
– Você acha que ela vai te ouvir, amorzinho?
– Fica quieto gato mirrado! – Lady Neko estava com muita raiva do marido.
– Tá bom amor...
– Pelos nekomatas! Ahn? Ué? Cadê a gatinha?
– Ela estava aqui há um minuto... Venha, vamos entrar amor. Deixa-a pra lá, ela vai aparecer assim que tiver vontade... – Lady Neko lançou um olhar mortal em Liori. – Eu juro, benzinho!
– ...! – os dois entraram no bar.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Devil's Drink 23 - Quem está faltando?

  Mais uma semana, novos clientes, espero que o atendimento esteja sendo do gosto de vocês! \o/ Então, sejam bem vindos DIO e Irineu!
  Aqui o cliente tem razão, se quiserem que eu prepare um drinque para vocês é só dizer! ^^ Vai com dedicatória e tudo, hein! :D
  Agora, aproveitem este drinque que vos ofereço, não custa nada e tem um sabor diferente do que vocês já provaram. o/
  Sirvam-se.


Devil’s Drink 23 – Quem está faltando?



            “Partes de mim?”, se perguntava En’hain, olhando os dois sujeitos que supostamente brotaram de seu corpo etéreo que normalmente se condensa de forma metálica. “Lidi’en me parece ser ouro enquanto Nox’en me lembra o bronze. Então eu devo ser a prata, com estes cabelos prateados...”
            Lidi’en, de cabelo loiro, notou a concentração exacerbada de En’hain nos dois irmãos e tentou ter alguma conversa:
            – Pensando muito em nós? – En’hain, com seu jeito meio tímido, demorou um pouco a falar.
            – Sim... – nenhuma outra frase se formou em seus pensamentos.
            – Muito difícil de entender?
            – Sim...
            – Não querendo chamar-lhe a atenção como Nox’en faria...
            – O que é que tem eu, aí? – Nox’en não notou a conversa dos dois, mas ouviu perfeitamente o seu nome ser chamado.
            – Ignore-o... Continuando. Não querendo chamar-lhe a atenção indevidamente, mas, você só vai ficar me dizendo sim o tempo todo?
            – ... – En’hain ficou pensando, sem dizer nada, ainda com o olhar vago.
            Nox’en, por sua vez, não se importava com o que estava acontecendo, preferia brincar com as garrafas do bar, fazendo malabarismos, do que cuidar dos afazeres. Lidi’en acabou por se irritar novamente com ele:
            – Nox’en... – disse secamente.
            – O quê?
            – Nox’en...
            – Fala!
            – Nox’en! – acabou gritando.
            – Merda! – o novo barman acabou derrubando uma das garrafas que acabou quebrando. – Por que você gritou comigo... De novo?!
            – Você não para de brincar com as garrafas.
            – E daí? Faz parte do show que eu vou fazer hoje à noite... Estou apenas treinando.
            – Infelizmente, meu irmão, temos que organizar tudo para atender a clientela antes do expediente começar. – ponderou Lidi’en.
            – Palhaço... Precisava me assustar? Ei, você?! – Nox’en se dirigiu a En’hain.
            – Eu?
            – Acorda pra vida, seu zumbi, vai lá atrás pegar a pá e a vassoura pra mim!
            – Nox’en! – gritou Lidi’en novamente.
            – O que é?! – bufou o barman atrás do balcão.
            – Ao menos peça, por favor!
            – ...! – Nox’en cerrou os olhos, rancorosamente. Respirou fundo e pediu. – Poderia, por favor, pegar a pá e a vassoura?
            – ... – En’hain olhava para o vazio sem responder nada.
            – Acorda molenga! – gritou ele.
            – Elas estão atrás de você...
            – Mas, hein? – Nox’en olhou para trás e realmente a pá e a vassoura estavam ali, perto dele. – Ué? Eu jurava que eles estavam lá atrás, na cozinha... Bom, que seja. Foi mal, aí...
            – ... – En’hain ficou novamente calado.
            Lidi’en ficou atento com o que aconteceu. Ele também sabia que a vassoura e a pá não estavam ali...
...

            En’hain estava do lado de fora do bar, no jardim posterior a entrada, pensando na vida, isto é, se algum pensamento pleno lhe ocorresse. Ele ouviu a conversa de Gurei, Lady Neko e Sasha que estavam chegando do mercado com as compras do dia:
            – Eu querer osso! – disse Sasha, o lobisomem.
            – Não dou! Heheh... – Gurei estava brincando com seu amigo como sempre fazia, tratando-o como um simples animal.
            – Gurei, pare com isso, você sabe como isso irrita o En’hain. Não trate o Sasha desse jeito. – disse Lady Neko.
            – Ah, mas olha a cara dele. É irresistível fazer isso com ele! – Gurei sorria, por estar se divertindo tanto.
            O draconiano de prata estava em seus pensamentos, finalmente ele conseguiu lembrar-se de alguma coisa, uma imagem. Lá estava ele, feliz por terminar mais um dia de expediente. Estavam lá o Gurei, o Sasha, a Lady Neko e seu marido, o prefeito da vila, Liori. Tinha também o Vovô Neko, do templo xintoísta da vila, que insistia em ficar de olho nos fartos seios da esposa do prefeito. En’hain sorriu e sentiu um peso nas costas. Colocou as mãos lá e não tinha nada, faltava alguma coisa... Entrou correndo no bar:
            – Onde ele está?! – sua voz estava desesperada. – Eu quero saber, onde ele está?!
            Lidi’en e Nox’en não sabiam do que ele estava falando:
            – Opa! Começou a falar? O que foi, o que aconteceu? – perguntou Nox’en.
            – Nox... Ele deve estar falando daquilo que o Gunshin falou.
            – Ih! Então ele vai surtar de novo?
            – Onde ele está?! – gritou En’hain.
            – Não sabemos, está bem?! – gritou Gurei, sem dirigir o olhar.
            – Quem é ele? – a respiração de En’hain estava difícil. – Quem é ele? Por que eu não consigo me lembrar dele?
            – Ele se foi... – Lady Neko também estava triste.
            – Quem é ele?!!! – En’hain gritava desesperado.
            – Não sabemos! – Gurei estava mais exaltado ainda. – Ele deve ter atravessado a parede de silêncio...
            – Não, não, não... – En’hain caiu de joelhos, aos prantos. – Quem é ele?!!!
            – Acalme-se, por favor. – interveio Lidi’en.
            O frágil estado de En’hain piorou e ele acabou desmaiando. Junto com sua queda, algumas garrafas do bar simplesmente explodiram, enquanto as portas e janelas ficaram batendo violentamente:
            – Não disse? – falou Nox’en.
            – Acho que isso vai ser um problema... – disse Gunshin aparecendo de repente.
            – Por que um problema? Nem sabemos por que ele está assim – disse Lidi’en.
            – Perder alguém é uma coisa, lembrar sempre dela sem saber quem é pode te enlouquecer... Esse é um dos piores efeitos da parede de silêncio.
            – Gunshin, não tem como ajudar o En’hain? – pediu Gurei, encarecidamente.
            – Não... É assim que a parede de silêncio protege os nekos da vila há tanto tempo. Os homens gato sempre foram seres humilhados das mais terríveis formas pelos humanos, o mago que fez esse encanto queria garantir que tudo fosse esquecido e sumiu, sem deixar nenhuma pista de como desfazer a parede de silêncio. Sinto muito...
            – Ele vai? – perguntou Lidi’en.
            – Sim... Ele já está fraco demais. Se o neko de ligação dele não voltar, a instabilidade de sua forma etérea irá sucumbir, levando consigo seu corpo de carne...
            – Seu inútil! – gritou Gurei, cheio de raiva. – Você o deixa sozinho nesse lugar cheio de pesadelos para os humanos como se fosse fácil e some sempre que ele precisa de você!
            – Foi ele que foi me buscar...
            – ...! – todos se assustaram com as palavras de Gunshin.
            – E então?! Porque ele não veio com você? – Gurei exigiu uma resposta.
            – Não sei... – Gunshin pegou En’hain nos braços, e o levou para cima. Os outros ficaram calados.

...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Gatos, gatos e mais gatos! III

     Continuando mais uma vez com estas imagens maravigatas que encontro nas redes sociais e que acrecento um pouco de humor da Toca dos Gatos para completar o divertimento. Quer mais? Vem pro meu face! :)





025 – WTF! O.O Gurei, te acharam! -_-'





026 – Gurei ou Sasha... eis a questão... -_-'






027 – Viu no que dá ficar bebendo com o Sasha?! -_-'






028 – Akai, o que aconteceu, eu filho? ç.ç





029 – Neko, resumo de beleza e estilo! -_- Sim, sim...
Obs.: Esse é o Dark. :)



030 – Nekos... Como não amá-los? ^^






031 – Eu disse pra você que o Sasha podia ajudar Gurei... -_-'




032 – Claro que é, neko do kokoro... ^^'
(Gurei, vc colocou aquilo direitinho? ¬¬ )






033 – É assim mesmo que o Gurei faz quando Lady Neko olha pra ele... -_-'






034 – Menino sai daí! Senão, Akai, eu não deixo mais vc usar o pc! -_-'

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Devil’s Drink 19 – Preciso de ajuda


Devil’s Drink 19 – Preciso de ajuda



            En’hain não estava muito bem, seus sentimentos estavam confusos... Eram aquilo sentimentos de verdade? Essa era a pergunta que ele estava se fazendo naqueles dias tumultuados de sua cabeça. O bar precisava de alguém mais responsável, talvez? Ou seria uma das partes que constituíam o plano etéreo ou material que se digladiavam dentro dele, o dragão da terra e o dragão do céu. Sua personalidade estava sendo consumida a cada vez que ele precisava assumir o corpo metálico – com certeza a batalha travada dentro dele deixava marcas profundas e violentas em seu frágil ser.

            Ele tentava ater-se aos sentimentos que o seu coração lhe dizia, o carinho que tinha por Akai, a amizade com Gurei, Sasha e Lady Neko e a sensação estranha quando se encontrava com o Senhor Gunshin, o dono do bar. Mesmo assim, dia após dia, algum problema lhe virava a cabeça e tirava-o do sério, estressando En’hain tremendamente. Enfim, sua consciência acabou apagando. Os outros mal teriam percebido isso, não fosse a garrafa de Devil’s Drink que se espatifou no chão. O barman cambaleou, tentou se segurar nas prateleiras cheias de garrafas e foi ao chão, derrubando tudo em que se segurara. Naquela noite o bar não iria abrir...

            Lady Neko foi até o templo dos gatos chamar o vovô para que pudesse ajudar En’hain. Enquanto isso, Akai e Gurei ficavam observando o amigo e Sasha limpava a bagunça:

            –Acho que ele vai morrer... – Disse o neko russo com seu típico humor ácido e inconveniente.

            –...! – Akai olhou pra ele com desprezo. – En’hain vai ficar bem, seu babaca!

            –Tem certeza Santiago? – O gato cinza sorria com um ar de cínico.

            –Certeza absoluta, Alexander! – O pequeno neko falava com firmeza.

            –Depois dele tanto ter cuidado de nós e da vila, nós nem notamos que ele estava ficando doente... – Agora seu tom era mais amigável.

            –... – Gurei conseguiu fazer Akai ficar calado e desviar o olhar.

            Indignado consigo mesmo, o gatinho avermelhado saiu do quarto e foi se meter no meio da floresta do silêncio. Gurei assistiu aquilo com muita curiosidade:

            –O que será que o seu amiguinho foi aprontar, En’hain?

            O barman não podia responder com clareza, mas balbuciava algo:

            –Akai... Akai... Akai... – No canto dos olhos, pequenas lágrimas escorriam.

...

            Não dava para saber se En’hain ficaria bem ou se Akai voltaria para o bar. A partir de agora, o destino da Toca dos Gatos se tornou incerto...

...

            “Onde estão, onde se escondem os verdadeiros sentimentos? A noção de realidade foi completamente perdida!” – Alguém chorava no velório.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Gatos, gatos e mais gatos! II

Continuando com a série de gatos (e eventualmente um cachorro), temos mais gatinhos maravilindos pra você que é fã desses animais adoráveis! Quem quiser ver a origem das fotos, é só clicar no link do facebook! \o/


015 – Akai, não faça propaganda desse jeito, tem que ter jabá! -_-'


016 – Akai, eu falei pra você dormir cedo ontem! Olha no que deu! -_-'


017 – Não tem como ser mais perfeito! *-*


018 – Meldéus! O.O É isso o que eu quero fazer na toca dos gatos! =3


019 – Amazing! *-*



020 – Oh meu Deus! =3



021 – Sasha e seus irmãozinhos... =3



022 – Que preguiça...





023 – Oh my god! So cute! =3




024 – Oh god! *-*

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Devil's Drink 18# - Liori, o leão


            Ninguém no bar sabia, mas Lady Neko tinha um segredo. Não era um grande segredo, era apenas que a nossa linda e poderosa gata era casada! O anel que ela carrega no pescoço é o sinal de matrimônio dela com o neko mais importante da vila, Liori, prefeito eleito da vila. A história caiu como uma pedra para os empregados da Toca dos Gatos. Literalmente...

...

            – Caralho! Como assim você é casada?! – Gurei parecia o mais impressionado.

            – Nossa! Você realmente já se casou? – En’hain ficou menos perplexo como bom amigo.

            – A matriusca já estar casada? – Disse o jovem russo, que naqueles dias estava com cara de cachorro e apelidara Lady Neko daquele jeito desde o dia em que beberam juntos por parecer com a sua mãe.

            Akai, nas costas de En’hain, não ligou muito para o que estava acontecendo e ficou dormindo ali – provavelmente por já saber o que Lady Neko escondia. Ela tentou se explicar mais calmamente e, vendo que seria muito importunada, procurou ser delicada:

            – Saco! Já casei sim! O que é que vocês têm haver com isso?! – A moça bateu na mesa, fazendo-a.

            Os três ficaram quietos até En'hain tentar conversar:

            – Ahn... Com quem você se casou, creio que não seja com o vovô neko, não é?

            – Claro que não! Aquele velho tarado! Imagina se eu ia casar com ele!!! – Lady Neko continuava exaltada.

            – Então quem é o cara, dona peitud... – antes mesmo de terminar a pergunta, Gurei levou uma mesada na cabeça de Lady Neko que estava soltando fogo pelas ventas.

            – Aff... Gato infeliz... – a gata se sentou na cadeira tentando se acalmar.

            – Gurei, você está bem? – Perguntou En’hain, preocupado.

            – Au?! – Fez Sasha, sentindo um calafrio lhe percorrer a espinha.

            O espírito de Gurei estava quase escapando pela boca:

            – Eu... tô... legal!

            – Ele está certo... – En’hain sabia que Gurei ficaria bem e o deixou de lado. – Com que você se casou, afinal?

            – Com Liori... – Lady Neko desviou o olhar, não conseguia encará-lo de frente.

            – Aquele famoso herói da vila? – En’hain pensou mais um pouco. – Aliás, eu ainda não o conheço, onde ele está?

            Mais compassiva, a gata confidenciou:

            – É justamente por isso que não quero falar sobre ele, amore. Ele viaja pelo mundo procurando por nekos perdidos. Ele deveria estar cuidando da prefeitura no lugar daquele ratinho que ele elegeu como secretário. Mas está por aí, sem nem mandar notícia pra mim que sou sua esposa! Aquele gato miserável!!! – A raiva de Lady Neko era de dar medo.

            En’hain sorria, contudo, por trás da expressão calma, havia alguém que estava morrendo de medo. O draconiano ainda era muito novo na Vila dos Gatos e não conhecia todos da vila. Conhecia somente os nekos que conhecia do mercado, da quitanda, da loja de doces, que trabalhavam na praça e os que durante a noite apareciam no bar. Enfim, ele não tinha ideia de que ratinho sua amiga estava falando.

            Lady Neko fez menção de dizer algo, mas preferiu ficar calada. En’hain observou o gesto, notando o mal estar da moça:

            – Ele está voltando? – Sugeriu En’hain.

            – Sim... Ele deve chegar hoje... – Lady Neko demonstrava preocupação.

            – Entendo... Ele é muito ciumento... – En’hain olhou ao redor e percebeu o verdadeiro problema de Lady Neko. – Ele não vai gostar de te ver aqui...

            Algumas lágrimas rolaram pelo seu belo rosto.

...

            Pouco depois, do lado de fora, alguém que não estava na vila há um bom tempo acabava de chegar:

            – Gunshin!!! – Gritou ele. – Eu tô chegando! E vou entrar no bar!!! – Liori estava na entrada do bar, sujo de uma longa viagem, gargalhando com um grupo de cinco nekos. – Pra quem que eu tô avisando? Aquele sumido nunca está lá! Hahaha!

            Os outros cinco também riram muito. Eles estavam mal arrumados, sujos, eram mal educados e indiscretos, aparentando serem arruaceiros.

            En’hain pensou com firmeza, precisava tomar uma atitude frente aquela algazarra, deixou Akai dormindo numa cadeira e foi para a frente do bar:

            – Sinto muito, só abrimos a noite. – falou En'hain passivamente diante do grande leão duas vezes mais alto e truculento a sua frente.

            – Mas o que é isso?! – olhou desconfiado, medindo En'hain de cima a baixo. – Quem é você?!

            – Sou En’hain, barman da Toca dos Gatos e o mais novo draconiano da Terra – "Talvez o título resolva", pensou ele.

            – Hahaha... – Liori riu dele, apontando o dedo enquanto olhava para os novos nekos. – Eu sou o dono desta vila e queremos beber até cair! Se você não sair da minha frente vai sentir o peso da minha patada!

            Liori rugiu com tanto impeto na cara de En’hain que ele ficou todo melecado e meio entorpecido pelo bafo fétido. Mantendo-se firme, ele insistiu para que o leão voltasse mais tarde, porém, o felino gigante ignorou seu pedido e tentou passar pelo draconiano que reagiu instintivamente atiçando os espinhos pontudos de sua longa cauda metálica:

            – Hoh! Está com raiva baixinho?! – Liori encarava En’hain com um olhar fulminante, até sentir um cheiro doce que conhecia muito bem. – Este cheiro... Lady Neko, você está aí?!

            A gatinha se arrepiou toda, como se já não bastasse toda a sua apreensão por ser o motivo da discussão. Vendo a amiga acuada, Sasha percebeu que era o único que podia fazer alguma coisa além de En’hain e decidiu enfrentar o Leão também:

            – Que cheiro de cachorro molhado! – antes mesmo de se revelar, Liori sentiu o cheiro do lobisomem. – Não vai me dizer que você ousou trazer um maldito cachorro para a Vila dos Gatos!

            Liori estava mais exaltado ainda e Lady Neko tremia dentro do bar. En’hain permanecia no mesmo lugar e Sasha rosnou mostrando os caninos para o bando do lado de fora.

            – Devo insistir para que volte no nosso horário de serviço. – En’hain continuava impassível em sua decisão.

            –Como ousa!!! – rugindo forte, Liori deu um golpe certeiro na boca do estômago de En’hain com seu grande punho fazendo-o com voar para dentro do bar.

            Sasha não se conteve e tentou morder o grande leão, que reagiu mais rápido que ele, agarrando-o pelo pescoço. Liori apertou bem forte, quase quebrando os ossos:

            – Cão maldito, se eu estivesse aqui você nunca teria entrado!

            Sasha buscou alguma palavra, mas não conseguia falar direito.

            Lady Neko sentiu que a luta apertara e tomou a frente para falar gentilmente com Liori para que soltasse seu querido amigo:

            – SOLTA ELE GATO MIRRADO!!! – Lady Neko meteu a cabeça de Liori bem fundo no chão.

            – Oi amorzinho... – Mesmo com a cabeça enterrada, Liori sabia que encontrara Lady Neko.

            O lobisomem ficou assustado:

            – Matriusca... Ele já me soltar... – Sasha passava a mão no pescoço para aliviar a dor.

            – Ah... Sim, é mesmo. – Lady Neko tirou a mão do buraco.

            En’hain, no fundo do bar, se levantava lentamente. Estava meio tonto por causa do golpe, mas sua resistência de draconiano era forte e estava bem:

            – Lady Neko?! – En’hain estava surpreso com o que a gata havia feito quando saiu. – Ahn... Acho melhor você levar o seu marido para casa. Eu cuido dos novos nekos da vila por enquanto. Venham, podem entrar.

            – Eba! Urru!!! – Fizeram os novos gatinhos que estavam animados por finalmente entrarem no bar.

            – SILÊNCIO!!! – En’hain parecia Liori rugindo. – Akai está dormindo...
            O bando de gatos percebeu o pequenino após terem entrado.

            – Este neko está ligado a você? – Perguntou um deles.

            Akai acordou, saiu da cadeira e subiu nas costas de En’hain, voltando a dormir calmamente.

            – Ai! – O barman sentiu um puxão na cauda, despontando uma pequena lágrima no canto dos olhos. – Infelizmente, sim...

            Foi isso...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Devil's Drink 17 - Sasha 2ª parte


            Não teve jeito... Sasha só arranjou problemas no bar, a começar pelo seu mau hábito:
            –Eu querer vodka! – Exigia o russo com cara cachorro.
            –Nem pensar! – Disseram Gurei e En’hain.
            –Você não tem idade pra isso! – Falou Gurei.
            –Se quiser trabalhar aqui terá de trabalhar sóbrio! – Completou En’hain.
            –Au! – Sasha não conhecia muito bem outras culturas e estranhava aquele jeito de ser tratado. – Meu avô sempre me dar um trago...
            –Fique sabendo que ele é um velho tapado! – Se irritou Gurei. – Ele não tinha nada que ficar levando você pra cima e pra baixo no inverno russo!
            –... – Sasha fez cara de cão sem dono, literalmente.
            –Pega um osso... – Disse Gurei.
            –Gurei?! – En’hain olhou para ele.
            –O quê? – Sasha ficava com olhos fixos no pedaço de osso. – Ele adora isso.
            –(Nhac) – Sasha mordeu o pedaço de osso e foi para fora, provavelmente para roer.
            –Não disse? – Gurei olhou de volta para En’hain, chacoalhando a mão por ter sido quase mordido.
            –Isso não é motivo pra você tratar ele assim... – En’hain cerrou os olhos e sua típica fumaça voava pela cabeça. – Você não tem nada melhor pra fazer não?
            –Não te interessa... – Gurei deu as costas pra En’hain.
            Era difícil dizer que você se importa com alguém. Quando os seres humanos só pensam em extrair os poderes mágicos de um ser sobrenatural, eles costumam ser exageradamente cruéis, tal qual foi o caso de Gurei. No meio da desgraça, passando fome e sede, receber um prato de comida e um pouco de água de uma pequena criança te faz repensar a vida, ou mesmo seu ódio...
            Naquele dia, Lady Neko já estava melhor e finalmente voltaria ao Bar Toca dos Gatos:
            –Oi amores, voltei! – A gata trajava um vestido fino, babado, provocante no colo, justo na cintura. – Mas o que é isso?!
            Naquele momento de relapso, Gurei e En’hain se lembraram que Lady Neko poderia voltar a qualquer momento e, se depender daquele momento vergonhoso em que ela derrubou o Senhor Gunshin, algo muito ruim poderia ocorrer ao Sasha. Foram ver como o cachorro estava e viram algo muito estranho:
            –Não acredito! – Disse En’hain.
            –Esse cachorro só me envergonha! – Falou Gurei levantando as mãos e olhando para cima.
            –Socorro! O que esse cachorro tem?! Ele não larga da minha perna! – Lady Neko balançava o cachorro no ar com sua tremenda força e mesmo assim o cachorrinho continuava grudado nela.
            –Só tem um jeito de resolver isso... – Gurei entrou no bar e voltou com uma garrafa de vodka. – Sasha? Olha a vodka aqui...
            –Gurei!!! – En’hain olhava para o gato de cabelo cinza azulado com indignação.
            Sasha então pulou da perna de Lady Neko direto na garrafa. Gurei não pensou duas vezes e deu uma garrafada na cabeça dele:
            –Você tem um jeito muito estranho de fazer as coisas... – E lá vem a fumaça de En’hain...
...
            Depois de algum tempo, tudo foi explicado à Lady Neko que, pobrezinha, estava com os nervos em frangalhos de tão frágil que ela é:
            –Não quero saber! Tirem esse vira-lata daqui! – Berrava a moça. – Ele destruiu a minha meia favorita!
            –Se acalme Lady Neko. – En’hain pedia por compaixão.
            –Se depender de mim, ele pode é ir embora... – Disse Gurei com o rosto virado para o outro lado.
            –Você também? Não creio! Até tu, Brutos, meu filho! – En’hain fazia um encenação dramática.
            –Vai ser melhor pra todo mundo... – Gurei tinha um tom sério.
            –...! – En’hain se calou por um instante. – Quer conversar?
            –Não. Quero que ele vá embora... – Gurei saiu do quarto de Lady Neko, desceu as escadas e saiu do bar, deixando En’hain pensativo.
            No quarto destinado a Sasha, o mesmo de Gurei – a casa já estava ficando apertada pra tanta gente – En’hain foi falar com o cão sem dono que estava com a cabeça completamente enfaixada:
            –Sasha? – En’hain dava alguns toques para acordar o russo.
            –Estar dormindo, voltar mais tarde... – Disse, descaradamente.
            –Gurei disse que prefere que você vá embora... – En’hain sentou e ficou de cabeça baixa.
            –Ser melhor eu ir...
            –Mas... Quando eu vi vocês dois rindo juntos, pela primeira vez eu vi Gurei sorrir sem ser por sarcasmo ou por tirar sarro de mim. Ele sorriu de verdade... Você precisa falar com ele. – En’hain se levantou e ia sair do quarto.
            –Por favor, esperar... Precisar que veja uma coisa. – En’hain parou na porta e Sasha começou a tirar as bandagens.
            –Você... – En’hain olhou para o russo que não estava mais como antes.
            –O efeito da lua finalmente passar... Alexander odiar humanos. Melhor eu ir.
            –Não. Não e nunca vai ser. Ficar adiando o dia em que você vai entender o quanto está errado só vai te tornar alguém vazio, inútil e descartável. Acredite. Isso não dá certo... – Ele saiu da sala e Sasha ficou pensando naquilo.
Saindo para se encontrar com Gurei, En’hain sentiu uma coisa ruim nele, uma sensação infeliz e triste que queria fazê-lo chorar. En’hain limpou o canto do olho e ouviu uma piadinha infame:
            –Você está chorando, tubarão? – En’hain olhou para Gurei que estava de novo com aquele sorriso falso, de gente mesquinha e fútil.
            En’hain cerrou os olhos, em sinal de indignação. Não deu muita importância e seguiu andando. Parou um pouco e disse:
            –Você precisa falar com ele... Se ele for embora, a parede de silêncio vai fazer com que ele se esqueça completamente de você. – E continuou andando.
            Sasha desceu as escadas e ficou atrás da porta para falar com Alexander que estava do lado de fora:
            –Você realmente querer que eu vá?
            –... – Gurei não falou nada.
            –Me responda, você querer que eu vá? – Sasha insistiu.
            –... – Gurei continuou em silêncio.
            –Pela Grande Mãe Rússia, me dizer, por favor... – Sasha saiu detrás da porta e virou Gurei para que ele respondesse, Gurei estava chorando...
            Os dois conversaram melhor depois daquilo. E também porque tomaram uma bela garrafa de vodka:
            –Seus desgraçados! Porque foram beber!
            –E... qual o probleminha moço... ou serão... moços? – Disse Gurei, mais mole que gato escaldado se esparramando pela mesa. – Hihihi...
            –Vocês estão completamente bêbados! – En’hain estava vermelho de raiva, soltando mais fumaça que um trem a pleno vapor na ferrovia.
            –Viva a vodka! – Disse Sasha sem nenhum senso de noção, vindo a dormir em seguida, com o copo ainda na mão.
            –Boa... ideia... – Gurei dormiu também.
            –Cacete... Eu dou uma saidinha pra ver se os dois se acertam e quando volto encontro isso?! – Lady Neko aparece andando de fininho por trás de En’hain levando uma garrafa na mão. – Lady Neko!!!
            –Miau?!
            Foi isso...