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segunda-feira, 4 de março de 2013

Bem-vindos novos seguidores!

Como não pode deixar de ser, os novos clientes vips ganham espaço exclusivo no blog!
Bem-vindos ao meu hulmide bar Dante, Fernanda Silveira e Douglas Franciso Cardoso! Entrem e sirvam-se dos mais variados drinques literários e recomenções deste blogueiro e dono de bar. Não reparem nos gatos, eles miam assim mesmo...


 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Aviso

      O blog irá passar por algumas revitalizações durante os próximos meses, onde eu estarei revisando alguns textos antigos e recolocando-os no início do blog. O processo pelo qual passei nos últimos meses escrevendo ampliou a minha capacidade de entender um pouco mais a língua portuguesa e a relação dela com a literatura, e acredito que eu preciso passar isso aos leitores do blog.
      Por enquanto, não há previsão de novas histórias para o blog, mas espero poder compartilhar algo novo em breve. Grato pela atenção.
 
 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Devil's Drink 21 - Aquilo que estava previsto...


Devil’s Drink 21 – Aquilo que estava previsto...

 

            En’hain estava no telhado do bar, pensando naquilo que dissera a Gunshin quando ele acordara: “Pai”.
            – Aquele desgraçado! Como ele pode me esconder isso o tempo todo! Eu sabia que tinha alguma coisa errada entre eu e ele, eu senti isso esse tempo todo e ele não me disse! – En’hain chorava compulsivamente. – Depois de tudo, eu era apenas um substituto!
            O sentimento ruim lhe corroia o espírito. Sentindo que tudo estava para acabar, era inevitável que passasse mal, muito mal, tanto que seu lado negro lhe subiu a mente e começou a acometer-lhe alucinações:
            – Você não tem nada... Você é um inútil... Você é descartável! – a imagem de um En’hain sombrio como as trevas falava-lhe no ouvido.
            – Me deixe em paz! Eu não quero falar com você!
            – Você é meu... Eu lhe disse que o amor não existe... Eu lhe disse que a felicidade não existe... Tudo é passageiro... Eu havia lhe dito que você só tinha mais um ano para conseguir encontrar o que procurava... E agora? Encontrou? Não!
            – Cale a boca! Cale a boca! Cale a boca!!! – En’hain gritava. Quem o visse naquele momento o acharia louco por estar falando sozinho.
            – Até o final do ano... Nós já havíamos previsto e prorrogado a data por mais um ano... Agora é a sua vez, coloque fogo em tudo! Termine de uma vez com o nosso suplício... Não deixe sobrar nada! Acabe com os livros, acabe com os sonhos, acabe com o passado... Apague tudo da nossa existência...
            – Cale-se! Eu não quero que diga o que eu já sei!
            – Vamos, depois disso, tudo o que você tem que fazer é viver uma vida que não é sua, um trabalho na qual seu espírito nunca estará presente, viver uma infelicidade infinita e...
            – Não diga! Não diga! Pelo amor de Deus, não diga!
            – ...arranque esse sorriso falso que você mostra todos os dias paras as pessoas fingindo não se importar, quando na verdade você está enlouquecendo a cada momento, perdendo completamente o senso de realidade! – En’hain se movia pra frente e pra trás com as mãos nos ouvidos. Sua sanidade fora completamente embora.
            – Eu só quero que todo mundo esteja bem...
            – Bem pra quê? Seu estúpido, seu babaca, seu completo idiota! Eles não se importam com você! Cada um deles tem problemas para resolver e não podem fazer nada para te ajudar! Você precisa ser milionário para realizar os seus próprios sonhos, você é fraco, miserável, nunca vai conseguir fazer o que queremos! Você nunca vai conseguir dinheiro suficiente para produzir o que queremos...
            – Eu nunca vou conseguir abrir a caixa... – En’hain parou um pouco e se de conta disso, ficando atônito.
            – Nunca! A caixa ficará fechada para sempre! Ela engoliu as suas esperanças e mesmo que você a abra agora, nunca vai encontrar algo lá dentro! Nunca! Nunca vai haver algo lá dentro!!!
            – Eu... Eu... Eu... – a chama de vida do barman sumiu de seus olhos.
            – Sim! Foi você! Não foi mais ninguém que fez isso! Veja! Veja a prova do crime em suas mãos! – En’hain olhou paras as mãos e elas estavam vermelhas, vermelhas de sangue.
            – Eu matei... Eu matei meu pai... Eu matei o dono do bar... EU MATEI GUNSHIN! – a frase terminou com um grito.
            Na parte debaixo do bar, alguns nekos da vila dos gatos estavam se juntando ao ouvir o grande herói da vila falar sozinho e gritar que cometera um crime. Liori, o prefeito da vila, assim que ouviu sobre o que En’hain dissera foi conferir ele mesmo se era verdade. Sem preocupações, pois conhecia a força de Gunshin, o deus da guerra, ele entrou no bar. Ao sair, gritou a todos:
            – Gunshin está morto! Gunshin está morto! – o alvoroço estava dividido entre surpresa e choro. O próprio Liori, o grande leão da vila dos gatos, rugiu em sinal de tristeza, chorando amargamente pela morte do amigo.
            O vovô neko se aproximou de Liori, e começou a falar com a multidão:
            – Onde estão Gurei, Lady Neko, Sasha, Lidi’en ou Nox’en?!
            – O quê? Lady Neko não está com o senhor?! – Liori já estava enraivecido.
            – Ela havia saído a pouco do templo e ainda não encontrei a dona gos... Digo! Os funcionários do bar! – percebendo a gravidade do caso, Liori, com sua voz tremenda, ajudou o vovô a procurar pelos desaparecidos entre os nekos presentes.
            – Onde estão Gurei, Lady Neko, Nox’en e Lidi’en e o cão sarnento?! – definitivamente Liori não simpatizava com este último.
            – Alguém viu qualquer um deles? Por favor, alguém viu algum funcionário do Bar Toca dos Gatos?! – continuou o vovô.
            Os gatos de toda a pequena vila murmuravam entre si sem dar nenhuma resposta. En’hain continuava no telhado, com a personalidade completamente apagada. Sua pele, como era de costume quando estava lutando, se rasgou com os espinhos e as escamas e deu lugar ao prateado metal do corpo etéreo do draconiano:
            – Este é o fim, o fim da Toca dos Gatos... Este bar não mais existirá... – diversas bocas por todo o corpo de En’hain se abriram, mostrando os brancos dentes que traziam consigo as chamas azuis do dragão do céu que habita o interior do barman.
            A transformação não parou como das outras vezes, ela finalmente atingia o último estágio, a forma completa de dragão, com asas enormes e uma grossa cauda que de tão comprida, chegou a tocar o chão. A face de En’hain se deformara mais do que antes, o rosto liso e de poucas feições dava lugar a um semblante medonho, com uma bocarra que trituraria tudo o que caísse ali dentro. O fogo começou, a Toca dos Gatos estava completamente tomada pelas chamas incineradoras do draconiano e aumentavam a cada segundo.
            De volta ao térreo, o Vovô Neko saía de dentro do bar com a triste notícia:
            – Liori, seja forte...
            – Não!!! Ela tem de estar em outro lugar!!! – o leão branco entrou no Bar tomado pelo incêndio.
            – Por favor, escutem com atenção! – o vovô se dirigia ao povo. – Vamos para o templo, pelo menos lá a parede de silêncio poderá nos proteger deste fogo calcinante!
            As chamas estavam altas e já tomavam as árvores que estavam ao redor do bar. Os nekos corriam como podiam para se salvar, se atropelando para chegar ao templo dos gatos com algum pertence que julgavam importante. A cena era como se o lugar tivesse sido bombardeado por aviões na segunda guerra mundial.
            A casa, consumida pelas chamas, não pode mais sustentar suas estruturas e ruiu totalmente. Liori não saiu a tempo...
            En’hain murmurava algumas palavras, mesmo naquele estado inconsciente:
– Por que as coisas não foram diferentes? Por que tudo aquilo que era importante pra mim morreu em minhas mãos? Por que eu nunca consegui fazer aquilo? Por que eu nunca fui amado?! POR QUÊ?!!! – seu grito ecoava por toda a floresta do silêncio.
...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Devil's Drink 24 - Juno

Mais uma semana e novos clientes na casa! \o/ Sejam muito BEM VINDOS: Meta, do Metafosfato e Andréia! \o/ Gostariam de pedir alguma história para que lhes seja servida? Topo qualquer coisa! ^^ O cliente sempre tem razão! :D Só queria saber de onde apareceu aquela gata... ¬ ¬'

Devil’s Drink 24 – Juno



Por volta do meio dia, Liori, o prefeito da Vila dos Gatos, voltou de mais uma missão para procurar nekos perdidos pelo mundo e resgatá-los de seus donos humanos. Desta vez ele não foi muito longe e logo voltou para a vila, acompanhado de um intruso:
            – Quem é esse, querido? – perguntou a esposa, Lady Neko, depois de recebê-lo após três dias de sua partida.
            – Esse quem? – Liori olhou ao redor e encontrou um pequeno gatinho que o estava seguindo. – Deixe me ver...
            – E então?
            – Não é neko... E não é gato... É gata... – Lady neko deu-lhe um belo tapa.
– Como assim ‘É gata’? Seu tarado! – a esposa se sentiu envergonhada por causa do marido. – Gatinha... Psiu... Vem aqui amore!
– Você acha que ela vai te ouvir, amorzinho?
– Fica quieto gato mirrado! – Lady Neko estava com muita raiva do marido.
– Tá bom amor...
– Pelos nekomatas! Ahn? Ué? Cadê a gatinha?
– Ela estava aqui há um minuto... Venha, vamos entrar amor. Deixa-a pra lá, ela vai aparecer assim que tiver vontade... – Lady Neko lançou um olhar mortal em Liori. – Eu juro, benzinho!
– ...! – os dois entraram no bar.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Devil's Drink 23 - Quem está faltando?

  Mais uma semana, novos clientes, espero que o atendimento esteja sendo do gosto de vocês! \o/ Então, sejam bem vindos DIO e Irineu!
  Aqui o cliente tem razão, se quiserem que eu prepare um drinque para vocês é só dizer! ^^ Vai com dedicatória e tudo, hein! :D
  Agora, aproveitem este drinque que vos ofereço, não custa nada e tem um sabor diferente do que vocês já provaram. o/
  Sirvam-se.


Devil’s Drink 23 – Quem está faltando?



            “Partes de mim?”, se perguntava En’hain, olhando os dois sujeitos que supostamente brotaram de seu corpo etéreo que normalmente se condensa de forma metálica. “Lidi’en me parece ser ouro enquanto Nox’en me lembra o bronze. Então eu devo ser a prata, com estes cabelos prateados...”
            Lidi’en, de cabelo loiro, notou a concentração exacerbada de En’hain nos dois irmãos e tentou ter alguma conversa:
            – Pensando muito em nós? – En’hain, com seu jeito meio tímido, demorou um pouco a falar.
            – Sim... – nenhuma outra frase se formou em seus pensamentos.
            – Muito difícil de entender?
            – Sim...
            – Não querendo chamar-lhe a atenção como Nox’en faria...
            – O que é que tem eu, aí? – Nox’en não notou a conversa dos dois, mas ouviu perfeitamente o seu nome ser chamado.
            – Ignore-o... Continuando. Não querendo chamar-lhe a atenção indevidamente, mas, você só vai ficar me dizendo sim o tempo todo?
            – ... – En’hain ficou pensando, sem dizer nada, ainda com o olhar vago.
            Nox’en, por sua vez, não se importava com o que estava acontecendo, preferia brincar com as garrafas do bar, fazendo malabarismos, do que cuidar dos afazeres. Lidi’en acabou por se irritar novamente com ele:
            – Nox’en... – disse secamente.
            – O quê?
            – Nox’en...
            – Fala!
            – Nox’en! – acabou gritando.
            – Merda! – o novo barman acabou derrubando uma das garrafas que acabou quebrando. – Por que você gritou comigo... De novo?!
            – Você não para de brincar com as garrafas.
            – E daí? Faz parte do show que eu vou fazer hoje à noite... Estou apenas treinando.
            – Infelizmente, meu irmão, temos que organizar tudo para atender a clientela antes do expediente começar. – ponderou Lidi’en.
            – Palhaço... Precisava me assustar? Ei, você?! – Nox’en se dirigiu a En’hain.
            – Eu?
            – Acorda pra vida, seu zumbi, vai lá atrás pegar a pá e a vassoura pra mim!
            – Nox’en! – gritou Lidi’en novamente.
            – O que é?! – bufou o barman atrás do balcão.
            – Ao menos peça, por favor!
            – ...! – Nox’en cerrou os olhos, rancorosamente. Respirou fundo e pediu. – Poderia, por favor, pegar a pá e a vassoura?
            – ... – En’hain olhava para o vazio sem responder nada.
            – Acorda molenga! – gritou ele.
            – Elas estão atrás de você...
            – Mas, hein? – Nox’en olhou para trás e realmente a pá e a vassoura estavam ali, perto dele. – Ué? Eu jurava que eles estavam lá atrás, na cozinha... Bom, que seja. Foi mal, aí...
            – ... – En’hain ficou novamente calado.
            Lidi’en ficou atento com o que aconteceu. Ele também sabia que a vassoura e a pá não estavam ali...
...

            En’hain estava do lado de fora do bar, no jardim posterior a entrada, pensando na vida, isto é, se algum pensamento pleno lhe ocorresse. Ele ouviu a conversa de Gurei, Lady Neko e Sasha que estavam chegando do mercado com as compras do dia:
            – Eu querer osso! – disse Sasha, o lobisomem.
            – Não dou! Heheh... – Gurei estava brincando com seu amigo como sempre fazia, tratando-o como um simples animal.
            – Gurei, pare com isso, você sabe como isso irrita o En’hain. Não trate o Sasha desse jeito. – disse Lady Neko.
            – Ah, mas olha a cara dele. É irresistível fazer isso com ele! – Gurei sorria, por estar se divertindo tanto.
            O draconiano de prata estava em seus pensamentos, finalmente ele conseguiu lembrar-se de alguma coisa, uma imagem. Lá estava ele, feliz por terminar mais um dia de expediente. Estavam lá o Gurei, o Sasha, a Lady Neko e seu marido, o prefeito da vila, Liori. Tinha também o Vovô Neko, do templo xintoísta da vila, que insistia em ficar de olho nos fartos seios da esposa do prefeito. En’hain sorriu e sentiu um peso nas costas. Colocou as mãos lá e não tinha nada, faltava alguma coisa... Entrou correndo no bar:
            – Onde ele está?! – sua voz estava desesperada. – Eu quero saber, onde ele está?!
            Lidi’en e Nox’en não sabiam do que ele estava falando:
            – Opa! Começou a falar? O que foi, o que aconteceu? – perguntou Nox’en.
            – Nox... Ele deve estar falando daquilo que o Gunshin falou.
            – Ih! Então ele vai surtar de novo?
            – Onde ele está?! – gritou En’hain.
            – Não sabemos, está bem?! – gritou Gurei, sem dirigir o olhar.
            – Quem é ele? – a respiração de En’hain estava difícil. – Quem é ele? Por que eu não consigo me lembrar dele?
            – Ele se foi... – Lady Neko também estava triste.
            – Quem é ele?!!! – En’hain gritava desesperado.
            – Não sabemos! – Gurei estava mais exaltado ainda. – Ele deve ter atravessado a parede de silêncio...
            – Não, não, não... – En’hain caiu de joelhos, aos prantos. – Quem é ele?!!!
            – Acalme-se, por favor. – interveio Lidi’en.
            O frágil estado de En’hain piorou e ele acabou desmaiando. Junto com sua queda, algumas garrafas do bar simplesmente explodiram, enquanto as portas e janelas ficaram batendo violentamente:
            – Não disse? – falou Nox’en.
            – Acho que isso vai ser um problema... – disse Gunshin aparecendo de repente.
            – Por que um problema? Nem sabemos por que ele está assim – disse Lidi’en.
            – Perder alguém é uma coisa, lembrar sempre dela sem saber quem é pode te enlouquecer... Esse é um dos piores efeitos da parede de silêncio.
            – Gunshin, não tem como ajudar o En’hain? – pediu Gurei, encarecidamente.
            – Não... É assim que a parede de silêncio protege os nekos da vila há tanto tempo. Os homens gato sempre foram seres humilhados das mais terríveis formas pelos humanos, o mago que fez esse encanto queria garantir que tudo fosse esquecido e sumiu, sem deixar nenhuma pista de como desfazer a parede de silêncio. Sinto muito...
            – Ele vai? – perguntou Lidi’en.
            – Sim... Ele já está fraco demais. Se o neko de ligação dele não voltar, a instabilidade de sua forma etérea irá sucumbir, levando consigo seu corpo de carne...
            – Seu inútil! – gritou Gurei, cheio de raiva. – Você o deixa sozinho nesse lugar cheio de pesadelos para os humanos como se fosse fácil e some sempre que ele precisa de você!
            – Foi ele que foi me buscar...
            – ...! – todos se assustaram com as palavras de Gunshin.
            – E então?! Porque ele não veio com você? – Gurei exigiu uma resposta.
            – Não sei... – Gunshin pegou En’hain nos braços, e o levou para cima. Os outros ficaram calados.

...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Devil’s Drink 22 – Eles...

Bem vindos os novos clientes Nanda Roque e Sérgio Carmach! Obrigado por integrarem a clientela deste humilde Bar! ^^
Ah, e um obrigado especial ao Ulisses Góes, também cliente do bar, por causa dele, as ondas de rádio estão me deixando sem dormir de noite... ^^'
E aos autores originais de Crônicas dos Senhores de Castelo, G. Brasman e G. Norris, por terem criado o personagem Iki-Dao no segundo livro - Efeito Manticore. Me identifiquei muito com ele, com sua dualidade de pensamento entre os irmãos. Então acabou saindo esse drinque... Divirtam-se! \o/
Devil’s Drink 22 – Eles...



            Dor de cabeça... As dores eram fortes, En’hain as sentia latejando, praticamente explodindo sua cabeça. O barman estava zonzo, talvez por que ele tenha dormido durante três dias. Mas provavelmente era por outro motivo. Ele não sabia o que fazer e foi descendo as escadas lentamente, quem sabe alguém reparasse nele e o ajudasse. Ficou ali, olhando o movimento do bar, poucos degraus abaixo do topo da última escada. Olhava para todos os lados, não conseguia ver direito. Sua miopia havia voltado.

            En’hain tentou escutar e ouviu a voz de Gurei, o neko de pelos cinza-azulados e tapa-olho no rosto que tanto o irritava. O tom de voz parecia diferente, ele estava rindo:

            – Não acredito! É sério?!

            – Seríssimo! – uma voz forte e desconhecida falou.

            “Será que tem alguém novo no bar?”, pensou En’hain, que acabou percebendo outra coisa: “Será que eu fui substit...” A palavra morreu em seus pensamentos diante do choque.

            – Ele não tem a mínima noção do que está fazendo aqui! – continuo a voz estranha.

            – Ele é patético assim mesmo. Se bem que agora ele não está mais parecendo o que era... – Gurei ficou pensativo por alguns instantes. – Não! Que ele se foda! – disse com deboche.

            “De quem eles estão falando? Quem é esse outro?!”, continuava a pensar.

            E a conversa prosseguia:

            – Então Nox’en, me conta mais sobre os podres do dorminhoco... – En’hain sentiu sua espinha gelar e sua garganta travar, engolindo a seco.

            – Vocês dois, calem a boca! Já estão me enchendo! En’hain isso, En’hain aquilo... Vocês não tem nada melhor pra fazer! – disso uma terceira voz, também desconhecida.

            – Tinha mais isso aí... – falou o tal Nox’en.

            – É mesmo! Hahah... Ele sempre faz desse jeito quando está com raiva.

            – Por que vocês estar falando assim de En’hain? – disse Sasha, o lobisomem da casa.

            – Esses dois estão se divertindo à custa dele que ainda está dormindo... – disse o segundo desconhecido.

            – Medíocres...  Eles são medíocres!– retornou a falar o primeiro em tom de discurso.

            – Hahaha... Se eu soubesse que você tinha um lado desses, eu teria te levado pra beber mais cedo. – Gurei ria tanto que não se aguentava. – Hahahah...

            – ...! – o segundo sujeito fez alguma coisa que tilintou um barulho metálico.

            – Ei! Larga essa faca! Me deixa em paz Lidi’en! – o primeiro estranho devia estar fugindo do outro.

            – Não fale mais assim dele! – En’hain ouviu o barulho da faca sendo cravada na parede.

            “Quem é esse que quer me defender desse jeito?”, no seu canto, os pensamentos de En’hain fluíam confusamente. Afinal, eles estavam falando mal ou bem dele? Ele ficou ali, ouvindo mais da conversa:

            – Rapazes! – era Lady Neko que falava agora. – Não briguem, vocês mal chegaram e já querem causar problemas?

            – Foi ele que me irritou, Lady Neko! Esse imbecil sem cérebro que não sabe o que faz e fica ridicularizando os outros... – seu tom era áspero e rancoroso.

            – E eu tenho culpa dele ser tão ridículo?

            – Aiai... Será possível que vocês não conseguem chegar a um acordo?

            – NÃO! – disseram os dois ao mesmo tempo.

            – Nossa... – Lady Neko, com toda a sua delicadeza, se sentiu acuada pela agressividade dos desconhecidos... E deu um belo tapa nos dois.

            – Brutamonte! – gritou Nox’en, enraivecido.

            – Por quanto tempo isso vai continuar? – disse Lidi’en, se acalmando.

            – Até você! Essa eu não esperava... – Nox’en estava contrariado.

            En’hain também se fez essa mesma pergunta e, em seguida, sua cabeça voltou a latejar. As dores foram fortes e ele desmaiou, caindo escada abaixo, assustando todo mundo:

            – En’hain?!

...

            Era de dia, pela manhã. En’hain sabia disso por que nesse horário os raios de sol batem diretamente na cabeceira da cama do senhor Gunshin:

            – Ele devia mandar fazer uma persiana...

            – Depois eu faço... Você está melhor?

            – ... – En’hain franziu os olhos tentando enxergar, fazendo cara feia por saber que era o sumido que estava ali. – Acho que estou...

            – Tome, aqui estão os seus óculos.

            – Obrigado... – finalmente ele conseguiu voltar a enxergar, ficando calado encarando o dono do bar.

            – Você já sabe?

            – Que fui substituído? Eu fiquei ouvindo os dois sujeitos ontem conversando com o pessoal como se eu já estivesse morto. – suas palavras eram pesadas por causa do ressentimento. – Eu pensei que finalmente tivesse encontrado um lugar onde eu deixasse de ser inútil. E tão logo eu passo mal já sou substituído...

            – En’hain?!

            – O que foi? Você já fez as minhas malas, não foi?! Estou ficando de saco cheio de tudo isso aqui, de não fazer parte disso... – ele encostou a cabeça em cima dos joelhos que estavam próximos ao corpo e virou-a para o outro lado, chorando.

            – Rapazes, entrem logo, antes que ele piore! – gritou Gunshin para os outros que estavam do lado de fora.

            En’hain estava curioso, quem eram aqueles que o substituíram? Ele virou o rosto para olhar e viu dois homens, de estatura mediana como a sua e que tinham exatamente a mesma altura. Pareciam gêmeos, porém, eram diferentes. Um tinha cabelo amarelo loiro perfeitamente penteado, olhos vermelhos, usava um avental do bar sobre uma roupa simples, uma camiseta e uma calça jeans azul que En’hain reconheceu como suas, do dia em que ele chegou ao bar. Sua expressão era como se quisesse pedir desculpas, sem coragem para dizer nada. O outro estava irrequieto, como se estivesse com raiva. Ele tinha cabelo castanho alaranjado, lembrando a cor do cobre polido, espetados para cima; usava um casacão de frio, o mesmo que Gunshin usara na noite de inverno do seu encontro com En’hain; por debaixo ele tinha o uniforme de barman da Toca dos Gatos – camisa branca, calça e colete pretos com uma gravata borboleta na cor vermelha. O primeiro decidiu quebrar o silêncio e começou a falar:

            – Eu sou Lidi’en... E esse é o Nox’en... – enquanto ele tentava encontrar as palavras certas, o outro simplesmente levantou a mão para dar um oi, sem dirigir a atenção. – Nós somos... O que nós somos mesmo Gunshin?

            – Personas interiores...

            – Sim, isso mesmo... Eu e Nox’en...

            – O burro vai na frente... – interrompeu o irmão.

            – Vai começar de novo?! Nem na frente dele você vai ser mais educado?

            – Não é você que gosta de ser educado? Então, eu quis dizer que o certo é você falar sobre você por último...

            – Eu só me complico... – Lidi’en colocou a mãos na frente do rosto, apertando as têmporas. – Então... Nox’en e eu...

            – Agora sim!

            – Pare de me interromper, caramba!

            – Eu não sou caramba! – os dois não paravam de discutir.

            – O que é uma persona interior, Gunshin? – perguntou En’hain, mais confuso do que nunca.

            – São partes de você...

            – Como assim?

            – Eles saíram de você...

            Gurei gritou do lado de fora do quarto:

            – Parabéns... Mamãe! – ele ria descontroladamente, chegando a chorar.

            – ...! – En’hain ficou sem palavras...

            – Você não é mais o último draconiano da Terra... – completou Gunshin, que batia levemente em seu ombro.

            – Por que comigo?! – ele não sabia o que fazer e começou a rir e chorar ao mesmo tempo... – Por quê?!!!

...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Gatos, gatos e mais gatos! III

     Continuando mais uma vez com estas imagens maravigatas que encontro nas redes sociais e que acrecento um pouco de humor da Toca dos Gatos para completar o divertimento. Quer mais? Vem pro meu face! :)





025 – WTF! O.O Gurei, te acharam! -_-'





026 – Gurei ou Sasha... eis a questão... -_-'






027 – Viu no que dá ficar bebendo com o Sasha?! -_-'






028 – Akai, o que aconteceu, eu filho? ç.ç





029 – Neko, resumo de beleza e estilo! -_- Sim, sim...
Obs.: Esse é o Dark. :)



030 – Nekos... Como não amá-los? ^^






031 – Eu disse pra você que o Sasha podia ajudar Gurei... -_-'




032 – Claro que é, neko do kokoro... ^^'
(Gurei, vc colocou aquilo direitinho? ¬¬ )






033 – É assim mesmo que o Gurei faz quando Lady Neko olha pra ele... -_-'






034 – Menino sai daí! Senão, Akai, eu não deixo mais vc usar o pc! -_-'

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Devil’s Drink 19 – Preciso de ajuda


Devil’s Drink 19 – Preciso de ajuda



            En’hain não estava muito bem, seus sentimentos estavam confusos... Eram aquilo sentimentos de verdade? Essa era a pergunta que ele estava se fazendo naqueles dias tumultuados de sua cabeça. O bar precisava de alguém mais responsável, talvez? Ou seria uma das partes que constituíam o plano etéreo ou material que se digladiavam dentro dele, o dragão da terra e o dragão do céu. Sua personalidade estava sendo consumida a cada vez que ele precisava assumir o corpo metálico – com certeza a batalha travada dentro dele deixava marcas profundas e violentas em seu frágil ser.

            Ele tentava ater-se aos sentimentos que o seu coração lhe dizia, o carinho que tinha por Akai, a amizade com Gurei, Sasha e Lady Neko e a sensação estranha quando se encontrava com o Senhor Gunshin, o dono do bar. Mesmo assim, dia após dia, algum problema lhe virava a cabeça e tirava-o do sério, estressando En’hain tremendamente. Enfim, sua consciência acabou apagando. Os outros mal teriam percebido isso, não fosse a garrafa de Devil’s Drink que se espatifou no chão. O barman cambaleou, tentou se segurar nas prateleiras cheias de garrafas e foi ao chão, derrubando tudo em que se segurara. Naquela noite o bar não iria abrir...

            Lady Neko foi até o templo dos gatos chamar o vovô para que pudesse ajudar En’hain. Enquanto isso, Akai e Gurei ficavam observando o amigo e Sasha limpava a bagunça:

            –Acho que ele vai morrer... – Disse o neko russo com seu típico humor ácido e inconveniente.

            –...! – Akai olhou pra ele com desprezo. – En’hain vai ficar bem, seu babaca!

            –Tem certeza Santiago? – O gato cinza sorria com um ar de cínico.

            –Certeza absoluta, Alexander! – O pequeno neko falava com firmeza.

            –Depois dele tanto ter cuidado de nós e da vila, nós nem notamos que ele estava ficando doente... – Agora seu tom era mais amigável.

            –... – Gurei conseguiu fazer Akai ficar calado e desviar o olhar.

            Indignado consigo mesmo, o gatinho avermelhado saiu do quarto e foi se meter no meio da floresta do silêncio. Gurei assistiu aquilo com muita curiosidade:

            –O que será que o seu amiguinho foi aprontar, En’hain?

            O barman não podia responder com clareza, mas balbuciava algo:

            –Akai... Akai... Akai... – No canto dos olhos, pequenas lágrimas escorriam.

...

            Não dava para saber se En’hain ficaria bem ou se Akai voltaria para o bar. A partir de agora, o destino da Toca dos Gatos se tornou incerto...

...

            “Onde estão, onde se escondem os verdadeiros sentimentos? A noção de realidade foi completamente perdida!” – Alguém chorava no velório.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Gatos, gatos e mais gatos! II

Continuando com a série de gatos (e eventualmente um cachorro), temos mais gatinhos maravilindos pra você que é fã desses animais adoráveis! Quem quiser ver a origem das fotos, é só clicar no link do facebook! \o/


015 – Akai, não faça propaganda desse jeito, tem que ter jabá! -_-'


016 – Akai, eu falei pra você dormir cedo ontem! Olha no que deu! -_-'


017 – Não tem como ser mais perfeito! *-*


018 – Meldéus! O.O É isso o que eu quero fazer na toca dos gatos! =3


019 – Amazing! *-*



020 – Oh meu Deus! =3



021 – Sasha e seus irmãozinhos... =3



022 – Que preguiça...





023 – Oh my god! So cute! =3




024 – Oh god! *-*

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Devil's Drink 18# - Liori, o leão


            Ninguém no bar sabia, mas Lady Neko tinha um segredo. Não era um grande segredo, era apenas que a nossa linda e poderosa gata era casada! O anel que ela carrega no pescoço é o sinal de matrimônio dela com o neko mais importante da vila, Liori, prefeito eleito da vila. A história caiu como uma pedra para os empregados da Toca dos Gatos. Literalmente...

...

            – Caralho! Como assim você é casada?! – Gurei parecia o mais impressionado.

            – Nossa! Você realmente já se casou? – En’hain ficou menos perplexo como bom amigo.

            – A matriusca já estar casada? – Disse o jovem russo, que naqueles dias estava com cara de cachorro e apelidara Lady Neko daquele jeito desde o dia em que beberam juntos por parecer com a sua mãe.

            Akai, nas costas de En’hain, não ligou muito para o que estava acontecendo e ficou dormindo ali – provavelmente por já saber o que Lady Neko escondia. Ela tentou se explicar mais calmamente e, vendo que seria muito importunada, procurou ser delicada:

            – Saco! Já casei sim! O que é que vocês têm haver com isso?! – A moça bateu na mesa, fazendo-a.

            Os três ficaram quietos até En'hain tentar conversar:

            – Ahn... Com quem você se casou, creio que não seja com o vovô neko, não é?

            – Claro que não! Aquele velho tarado! Imagina se eu ia casar com ele!!! – Lady Neko continuava exaltada.

            – Então quem é o cara, dona peitud... – antes mesmo de terminar a pergunta, Gurei levou uma mesada na cabeça de Lady Neko que estava soltando fogo pelas ventas.

            – Aff... Gato infeliz... – a gata se sentou na cadeira tentando se acalmar.

            – Gurei, você está bem? – Perguntou En’hain, preocupado.

            – Au?! – Fez Sasha, sentindo um calafrio lhe percorrer a espinha.

            O espírito de Gurei estava quase escapando pela boca:

            – Eu... tô... legal!

            – Ele está certo... – En’hain sabia que Gurei ficaria bem e o deixou de lado. – Com que você se casou, afinal?

            – Com Liori... – Lady Neko desviou o olhar, não conseguia encará-lo de frente.

            – Aquele famoso herói da vila? – En’hain pensou mais um pouco. – Aliás, eu ainda não o conheço, onde ele está?

            Mais compassiva, a gata confidenciou:

            – É justamente por isso que não quero falar sobre ele, amore. Ele viaja pelo mundo procurando por nekos perdidos. Ele deveria estar cuidando da prefeitura no lugar daquele ratinho que ele elegeu como secretário. Mas está por aí, sem nem mandar notícia pra mim que sou sua esposa! Aquele gato miserável!!! – A raiva de Lady Neko era de dar medo.

            En’hain sorria, contudo, por trás da expressão calma, havia alguém que estava morrendo de medo. O draconiano ainda era muito novo na Vila dos Gatos e não conhecia todos da vila. Conhecia somente os nekos que conhecia do mercado, da quitanda, da loja de doces, que trabalhavam na praça e os que durante a noite apareciam no bar. Enfim, ele não tinha ideia de que ratinho sua amiga estava falando.

            Lady Neko fez menção de dizer algo, mas preferiu ficar calada. En’hain observou o gesto, notando o mal estar da moça:

            – Ele está voltando? – Sugeriu En’hain.

            – Sim... Ele deve chegar hoje... – Lady Neko demonstrava preocupação.

            – Entendo... Ele é muito ciumento... – En’hain olhou ao redor e percebeu o verdadeiro problema de Lady Neko. – Ele não vai gostar de te ver aqui...

            Algumas lágrimas rolaram pelo seu belo rosto.

...

            Pouco depois, do lado de fora, alguém que não estava na vila há um bom tempo acabava de chegar:

            – Gunshin!!! – Gritou ele. – Eu tô chegando! E vou entrar no bar!!! – Liori estava na entrada do bar, sujo de uma longa viagem, gargalhando com um grupo de cinco nekos. – Pra quem que eu tô avisando? Aquele sumido nunca está lá! Hahaha!

            Os outros cinco também riram muito. Eles estavam mal arrumados, sujos, eram mal educados e indiscretos, aparentando serem arruaceiros.

            En’hain pensou com firmeza, precisava tomar uma atitude frente aquela algazarra, deixou Akai dormindo numa cadeira e foi para a frente do bar:

            – Sinto muito, só abrimos a noite. – falou En'hain passivamente diante do grande leão duas vezes mais alto e truculento a sua frente.

            – Mas o que é isso?! – olhou desconfiado, medindo En'hain de cima a baixo. – Quem é você?!

            – Sou En’hain, barman da Toca dos Gatos e o mais novo draconiano da Terra – "Talvez o título resolva", pensou ele.

            – Hahaha... – Liori riu dele, apontando o dedo enquanto olhava para os novos nekos. – Eu sou o dono desta vila e queremos beber até cair! Se você não sair da minha frente vai sentir o peso da minha patada!

            Liori rugiu com tanto impeto na cara de En’hain que ele ficou todo melecado e meio entorpecido pelo bafo fétido. Mantendo-se firme, ele insistiu para que o leão voltasse mais tarde, porém, o felino gigante ignorou seu pedido e tentou passar pelo draconiano que reagiu instintivamente atiçando os espinhos pontudos de sua longa cauda metálica:

            – Hoh! Está com raiva baixinho?! – Liori encarava En’hain com um olhar fulminante, até sentir um cheiro doce que conhecia muito bem. – Este cheiro... Lady Neko, você está aí?!

            A gatinha se arrepiou toda, como se já não bastasse toda a sua apreensão por ser o motivo da discussão. Vendo a amiga acuada, Sasha percebeu que era o único que podia fazer alguma coisa além de En’hain e decidiu enfrentar o Leão também:

            – Que cheiro de cachorro molhado! – antes mesmo de se revelar, Liori sentiu o cheiro do lobisomem. – Não vai me dizer que você ousou trazer um maldito cachorro para a Vila dos Gatos!

            Liori estava mais exaltado ainda e Lady Neko tremia dentro do bar. En’hain permanecia no mesmo lugar e Sasha rosnou mostrando os caninos para o bando do lado de fora.

            – Devo insistir para que volte no nosso horário de serviço. – En’hain continuava impassível em sua decisão.

            –Como ousa!!! – rugindo forte, Liori deu um golpe certeiro na boca do estômago de En’hain com seu grande punho fazendo-o com voar para dentro do bar.

            Sasha não se conteve e tentou morder o grande leão, que reagiu mais rápido que ele, agarrando-o pelo pescoço. Liori apertou bem forte, quase quebrando os ossos:

            – Cão maldito, se eu estivesse aqui você nunca teria entrado!

            Sasha buscou alguma palavra, mas não conseguia falar direito.

            Lady Neko sentiu que a luta apertara e tomou a frente para falar gentilmente com Liori para que soltasse seu querido amigo:

            – SOLTA ELE GATO MIRRADO!!! – Lady Neko meteu a cabeça de Liori bem fundo no chão.

            – Oi amorzinho... – Mesmo com a cabeça enterrada, Liori sabia que encontrara Lady Neko.

            O lobisomem ficou assustado:

            – Matriusca... Ele já me soltar... – Sasha passava a mão no pescoço para aliviar a dor.

            – Ah... Sim, é mesmo. – Lady Neko tirou a mão do buraco.

            En’hain, no fundo do bar, se levantava lentamente. Estava meio tonto por causa do golpe, mas sua resistência de draconiano era forte e estava bem:

            – Lady Neko?! – En’hain estava surpreso com o que a gata havia feito quando saiu. – Ahn... Acho melhor você levar o seu marido para casa. Eu cuido dos novos nekos da vila por enquanto. Venham, podem entrar.

            – Eba! Urru!!! – Fizeram os novos gatinhos que estavam animados por finalmente entrarem no bar.

            – SILÊNCIO!!! – En’hain parecia Liori rugindo. – Akai está dormindo...
            O bando de gatos percebeu o pequenino após terem entrado.

            – Este neko está ligado a você? – Perguntou um deles.

            Akai acordou, saiu da cadeira e subiu nas costas de En’hain, voltando a dormir calmamente.

            – Ai! – O barman sentiu um puxão na cauda, despontando uma pequena lágrima no canto dos olhos. – Infelizmente, sim...

            Foi isso...