Mais uma semana, novos clientes, espero que o atendimento esteja sendo do gosto de vocês! \o/ Então, sejam bem vindos DIO e Irineu!
Aqui o cliente tem razão, se quiserem que eu prepare um drinque para vocês é só dizer! ^^ Vai com dedicatória e tudo, hein! :D
Agora, aproveitem este drinque que vos ofereço, não custa nada e tem um sabor diferente do que vocês já provaram. o/
Sirvam-se.
Devil’s Drink 23 –
Quem está faltando?
“Partes de
mim?”, se perguntava En’hain, olhando os dois sujeitos que supostamente
brotaram de seu corpo etéreo que normalmente se condensa de forma metálica.
“Lidi’en me parece ser ouro enquanto Nox’en me lembra o bronze. Então eu devo
ser a prata, com estes cabelos prateados...”
Lidi’en, de
cabelo loiro, notou a concentração exacerbada de En’hain nos dois irmãos e
tentou ter alguma conversa:
– Pensando
muito em nós? – En’hain, com seu jeito meio tímido, demorou um pouco a falar.
– Sim... –
nenhuma outra frase se formou em seus pensamentos.
– Muito
difícil de entender?
– Sim...
– Não
querendo chamar-lhe a atenção como Nox’en faria...
– O que é
que tem eu, aí? – Nox’en não notou a conversa dos dois, mas ouviu perfeitamente
o seu nome ser chamado.
–
Ignore-o... Continuando. Não querendo chamar-lhe a atenção indevidamente, mas,
você só vai ficar me dizendo sim o tempo todo?
– ... –
En’hain ficou pensando, sem dizer nada, ainda com o olhar vago.
Nox’en, por
sua vez, não se importava com o que estava acontecendo, preferia brincar com as
garrafas do bar, fazendo malabarismos, do que cuidar dos afazeres. Lidi’en
acabou por se irritar novamente com ele:
– Nox’en...
– disse secamente.
– O quê?
– Nox’en...
– Fala!
– Nox’en! –
acabou gritando.
– Merda! –
o novo barman acabou derrubando uma das garrafas que acabou quebrando. – Por
que você gritou comigo... De novo?!
– Você não
para de brincar com as garrafas.
– E daí?
Faz parte do show que eu vou fazer hoje à noite... Estou apenas treinando.
–
Infelizmente, meu irmão, temos que organizar tudo para atender a clientela
antes do expediente começar. – ponderou Lidi’en.
–
Palhaço... Precisava me assustar? Ei, você?! – Nox’en se dirigiu a En’hain.
– Eu?
– Acorda
pra vida, seu zumbi, vai lá atrás pegar a pá e a vassoura pra mim!
– Nox’en! –
gritou Lidi’en novamente.
– O que é?!
– bufou o barman atrás do balcão.
– Ao menos
peça, por favor!
– ...! –
Nox’en cerrou os olhos, rancorosamente. Respirou fundo e pediu. – Poderia, por
favor, pegar a pá e a vassoura?
– ... –
En’hain olhava para o vazio sem responder nada.
– Acorda
molenga! – gritou ele.
– Elas
estão atrás de você...
– Mas,
hein? – Nox’en olhou para trás e realmente a pá e a vassoura estavam ali, perto
dele. – Ué? Eu jurava que eles estavam lá atrás, na cozinha... Bom, que seja.
Foi mal, aí...
– ... –
En’hain ficou novamente calado.
Lidi’en
ficou atento com o que aconteceu. Ele também sabia que a vassoura e a pá não
estavam ali...
...
En’hain
estava do lado de fora do bar, no jardim posterior a entrada, pensando na vida,
isto é, se algum pensamento pleno lhe ocorresse. Ele ouviu a conversa de Gurei,
Lady Neko e Sasha que estavam chegando do mercado com as compras do dia:
– Eu querer
osso! – disse Sasha, o lobisomem.
– Não dou!
Heheh... – Gurei estava brincando com seu amigo como sempre fazia, tratando-o
como um simples animal.
– Gurei,
pare com isso, você sabe como isso irrita o En’hain. Não trate o Sasha desse
jeito. – disse Lady Neko.
– Ah, mas
olha a cara dele. É irresistível fazer isso com ele! – Gurei sorria, por estar
se divertindo tanto.
O
draconiano de prata estava em seus pensamentos, finalmente ele conseguiu lembrar-se
de alguma coisa, uma imagem. Lá estava ele, feliz por terminar mais um dia de
expediente. Estavam lá o Gurei, o Sasha, a Lady Neko e seu marido, o prefeito
da vila, Liori. Tinha também o Vovô Neko, do templo xintoísta da vila, que
insistia em ficar de olho nos fartos seios da esposa do prefeito. En’hain
sorriu e sentiu um peso nas costas. Colocou as mãos lá e não tinha nada,
faltava alguma coisa... Entrou correndo no bar:
– Onde ele
está?! – sua voz estava desesperada. – Eu quero saber, onde ele está?!
Lidi’en e
Nox’en não sabiam do que ele estava falando:
– Opa!
Começou a falar? O que foi, o que aconteceu? – perguntou Nox’en.
– Nox...
Ele deve estar falando daquilo que o Gunshin falou.
– Ih! Então
ele vai surtar de novo?
– Onde ele
está?! – gritou En’hain.
– Não
sabemos, está bem?! – gritou Gurei, sem dirigir o olhar.
– Quem é
ele? – a respiração de En’hain estava difícil. – Quem é ele? Por que eu não
consigo me lembrar dele?
– Ele se
foi... – Lady Neko também estava triste.
– Quem é
ele?!!! – En’hain gritava desesperado.
– Não
sabemos! – Gurei estava mais exaltado ainda. – Ele deve ter atravessado a
parede de silêncio...
– Não, não,
não... – En’hain caiu de joelhos, aos prantos. – Quem é ele?!!!
–
Acalme-se, por favor. – interveio Lidi’en.
O frágil
estado de En’hain piorou e ele acabou desmaiando. Junto com sua queda, algumas
garrafas do bar simplesmente explodiram, enquanto as portas e janelas ficaram
batendo violentamente:
– Não
disse? – falou Nox’en.
– Acho que
isso vai ser um problema... – disse Gunshin aparecendo de repente.
– Por que
um problema? Nem sabemos por que ele está assim – disse Lidi’en.
– Perder
alguém é uma coisa, lembrar sempre dela sem saber quem é pode te enlouquecer...
Esse é um dos piores efeitos da parede de silêncio.
– Gunshin,
não tem como ajudar o En’hain? – pediu Gurei, encarecidamente.
– Não... É
assim que a parede de silêncio protege os nekos da vila há tanto tempo. Os
homens gato sempre foram seres humilhados das mais terríveis formas pelos
humanos, o mago que fez esse encanto queria garantir que tudo fosse esquecido e
sumiu, sem deixar nenhuma pista de como desfazer a parede de silêncio. Sinto
muito...
– Ele vai?
– perguntou Lidi’en.
– Sim...
Ele já está fraco demais. Se o neko de ligação dele não voltar, a instabilidade
de sua forma etérea irá sucumbir, levando consigo seu corpo de carne...
– Seu
inútil! – gritou Gurei, cheio de raiva. – Você o deixa sozinho nesse lugar
cheio de pesadelos para os humanos como se fosse fácil e some sempre que ele
precisa de você!
– Foi ele
que foi me buscar...
– ...! – todos
se assustaram com as palavras de Gunshin.
– E então?!
Porque ele não veio com você? – Gurei exigiu uma resposta.
– Não
sei... – Gunshin pegou En’hain nos braços, e o levou para cima. Os outros
ficaram calados.
...