Lua de Sangue –
Draco, 2ª parte
Escrito por: Victório Anthony
– Tenha uma
ótima noite, milady. – me despedi dela e ajeitei minha roupa, a transa dentro
daquela limusine havia sido muito quente, mal tive tempo de colocar as calças.
A noite
estava ótima, com o estacionamento completamente deserto, caminhei pelos
corredores. Um carro parecia estar me seguindo. Olhei atentamente para dentro
do vidro escuro, não havia ninguém dentro.
– Lady
Lancaster deve ter sido seguida... – Lancaster é a família de vampiros que me
acolheu nesta cidade, presto serviços valiosos a ela.
Pulei em
cima do carro, não havia ninguém perto. Fui atrás dela, procurar saber se
estava tudo bem. Algum tempo depois estava na casa dela e toquei a campainha. O
interfone tocou:
– Casa dos
Lancaster, em que posso ajudá-lo?
– Sou eu,
Lady Lancaster está?
– Ela ainda
não chegou, deseja deixar recado?
– Só mais
uma pergunta, aquele humano oriental, ainda está com ela?
– O
guarda-costas de Lady Lancaster nunca a deixa sozinha... – o interfone
desligou.
Aquilo era
estranho, o mordomo dela não liberaria informações assim. Decidi entrar
discretamente. Pulei o muro. As roseiras de Lady Lancaster são péssimas
companhias, sempre famintas. Deixei-as um pouco murchas retirando-lhes a água
para que não incomodassem. Atravessei o jardim e olhei pela janela. Dois
sujeitos desconhecidos estavam com Lady Lancaster amarrada. Ela me viu e um
deles percebeu:
– O que foi
vampira?
– Tem
alguém lá fora, deve ser o Draco...
– Ele não
pode nos incomodar! – o primeiro pegou um saco que não parava de se mexer e
despejou o conteúdo no chão, um monte de cobras que se dispersaram ao redor
deles, formando um círculo.
“Tenho que
fazer alguma coisa, um círculo mágico feito de cobras não deve ser boa coisa”,
pensei. Fui para trás da mansão e liguei os irrigadores. Voltei à janela da
sala e eles haviam sumido.
– Droga!
Onde eles estão?!
–
Essstamosss aqui! – ouvi uma voz de serpente no meu ombro.
Pulei pela
janela quebrando o vidro para fugir. Posso sobreviver a venenos, mas um
preparado por magos para deter vampiros não deve ajudar em nada. Olhei
novamente para o jardim que estava completamente escuro.
– Vosssê
não essscapará de nósss! – dei uma volta procurando de onde aquilo vinha.
Sentia que havia mais alguém ali, mas não via ninguém!
– Apareça!
– Porque eu
faria issso – olhei para um lado, do outro uma boca respingando veneno tentou
me atacar. Com tempo, consegui segurá-la pelo pescoço.
– Uma cobra
invisível! – ela se debatia na minha mão, tentando se enrolar no meu braço e
sentindo-o queimar com o toque. Apertei a cabeça da cobra até ela ficar
completamente esmagada e parar de se mover. – Mas que droga é essa?!
As luzes da
casa se apagaram, eu estava no escuro. Como ainda não tinha pleno controle dos
poderes de vampiro, demorei um pouco para me acostumar. Aquilo me incomodava,
dava para sentir a coisa subindo do chão e ficar diante de mim. Pulei para o
lado e corri para a cozinha. Subi em cima da pia, a serpente era gigante, deu
uma volta inteira naquele lugar desmedido. Chutei a torneira, quebrando-a e
toda cozinha ficou molhada. Direcionei o jato diretamente em sua cabeça.
– Morra
desgraçada! Oh, não! Merda! – eu havia errado, havia atingido a cauda.
A serpente
levantou a cabeça diante de mim, ficando mais alta que eu em cima da pia. Com a
água ainda saindo, usei o controle sobre ela para puxar a cobra para perto do
fogão. Estourei os canos de gás, corri para longe e acendi o forno.
– Ufa,
menos uma... – ela caía em chamas. – Lady Lancaster?! Onde está você?! –
“Quanto será que vão me pagar por isso?”
– Estou
aqui... – ouvir ela foi inesperado.
– Lady
Lancaster?! Onde estão os seus sequestradores?
– Não há
sequestrador nenhum, dragãozinho...
– Eu devia
saber!
– Você será
meu, como eu sempre quis!
– Esse papo
de novo não Mônica! Eu já disse, eu só entreguei o meu coração para Mel, a
mulher da rosa azul. Somente a ela! Eu não me importo se ela já morreu, eu amo
somente a ela!
– Diga isso
para as minhas serpentes... – duas delas enormes se enrolaram nas minhas pernas
simultaneamente, me fazendo cair.
– Droga
Mônica! Pare com isso!
– Eu adoro
estar com você, eu te amo tanto... Me ame também, seremos muito felizes juntos...
Meu coração
estava frio, indiferente. Uma brisa fria soprou e veio acompanhada de uma
tempestade gélida.
– Eu não te
quero! – com a grande umidade do jardim, fiz ela invadir facilmente a mansão.
Senti uma força que não havia sentido antes, aquela água começou a congelar,
formando estacas de gelo.
– Draco,
pare!
– Eu não
tenho controle! Você que pediu por isso!
No meio da
escuridão, ouvi uma espada. As luzes se acenderam e era realmente ele, o
segurança de Mônica:
– Daroko...
– olhei com raiva para aquele desgraçado que, como sempre, estava apontando a
lâmina de sua katana no meu pescoço.
– Daroko,
espere... Não o mate, eu o amo... – o ninja de roupa negra obedeceu, guardou a
espada e sumiu, jogando uma bomba de fumaça no chão.
– Mônica,
me largue!
– Tudo
bem... – ela fez um sinal com a mão e virou-se de costa. – Você não gosta de
mim...
– Quem disse
que eu não gosto? – me aproximei dela e a abracei.
– Você me
odeia...
– Não é que
eu te odeie, eu só não te quero como esposa... Vamos, sorria pra mim. –
levantei seu rosto pelo queixo.
– Draco,
pare... Você não me ama... – fiquei com rosto perto do dela e sorri.
– Isso não
é importante... – e beijei seu boca. Ela abriu os braços e me abraçou. – Vamos
fazer aqui mesmo...
Tirei lhe a
roupa com força enquanto entrelaçava sua língua na minha. Apertava a sua
cintura e aconchegava o seu corpo no meu.
– Seu
beijo, está diferente...
– Pense
nele como um sorvete...
...
Depois de
mais um transa sensacional, me despedi mais uma vez de Mônica:
– Tenho que
ir, o dia já vai amanhecer...
– Fique!
Passe o dia comigo...
– Não!
Tenho que ir... – meus olhos lançaram nela um olhar gélido e ela não mais
insistiu.
Quando sai
pude ver claramente o ninja me encarando. Senti rancor vindo daquele humano
comum. Eu deveria matá-lo, mas ele serve aos Lancaster, por isso devo poupá-lo.
Cheguei em casa, mandei todas as janelas serem fechadas e fui para o meu
quarto. Lá, o meu chefe me esperava:
– Draco! –
a coisa negra me encarava. Não tinha forma, parecia um véu negro flutuante.
– Milord! –
me prostrei diante dele.
– Esperava
mesmo que saísse...
– Conforme
suas ordens, devo somente satisfazer a sua filha e cuidar para que os negócios
da família continuem prosperando.
– Ótimo! –
ele flutuou no ar, para cima e para baixo. – Quando eu era jovem, ansiava por
poder, por dinheiro e mulheres. Tornei-me um mago muito poderoso e vi magias
proibidas que você nunca imaginaria... E
veja agora o que me tornei! Os vampiros não me temem, crêem que eu não sou
capaz de controlar os meus subordinados. Mas eles estão enganados, sou capaz de
matar cada um deles... E se você ousar ir além disso, juro que o inferno lhe
parecerá um paraíso para ti!
A voz dele
era forte, me fazia sentir medo. Eu sabia que dentro daquela aparência lívida e
esmaecida pairava um poderoso feiticeiro que não tardaria em arrancar o meu
coração se o desrespeitasse. Afinal, a cicatriz no meu rosto existe por causa
dele...
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